O governo federal revisou de novo a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e passou a projetar uma taxa de crescimento de 2%. Até o momento, a projeção que constava no orçamento federal era de um crescimento de 3,5%, que foi feita pelos próprios parlamentares. Também foi confirmado um corte de R$ 21,6 bilhões no Orçamento. O anúncio foi feito pelo ministro do Planejamento Paulo Bernardo nessa quinta-feira (19).
Essa é a quarta vez que o governo revisa a estimativa de crescimento do PIB. No ano passado, antes da piora da crise financeira internacional, o governo previa até 5% de expansão. Entretanto, no final de agosto, admitiu que o país cresceria menos no próximo ano, baixando a estimativa para 4,5%. Posteriormente, o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, previu uma expansão entre 3,7% e 3,8% para este ano. Entretanto, o Congresso decidiu colocar a previsão de crescimento em 3,5% - e acabou sendo mantida pelos técnicos do Planejamento.
A previsão do governo federal para o crescimento do PIB é a metade da meta estabelecida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de 4% de crescimento para 2009. Recentemente, o próprio ministro já havia admitido que seria "difícil" atingir esta meta. O mercado financeiro, porém, tem uma projeção bem abaixo desta. Os analistas estimam que o PIB deste ano irá avançar somente 0,6%.
Mas Paulo Bernardo discorda. "Um crescimento de 2% é uma inflexão inesperada. Antes, estava em 4%. Tem muita gente fazendo projeções pessimistas e sempre erraram de 2004 para cá. Estamos confiantes de que vai dar para crescer 2% neste ano", disse.
Corte no Orçamento
O governo federal baixou nesta quinta o corte no orçamento federal deste ano de R$ 37,2 bilhões, que foi anunciado provisoriamente em janeiro deste ano, para R$ 21,6 bilhões. Com isso, foram liberados, na prática, mais R$ 15,6 bilhões para despesas.
Mesmo com a redução no contingenciamento do orçamento de 2009, o bloqueio definitivo, de R$ 21,6 bilhões, ainda é o mais alto de ambos os mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até o momento, o maior corte havia sido realizado no orçamento de 2008, no valor de R$ 19,4 bilhões.
"Vamos conversar com cada ministro e fazer o detalhamento do corte até o dia 30. Vamos cortar em custeio e uma parte dos investimentos, que são basicamente as emendas parlamentares", afirmou o ministtro Paulo Bernardo.
Arrecadação
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também lembrou que a arrecadação caiu em janeiro deste ano, e que recuou ainda mais em fevereiro de 2009. "Estamos fazendo uma projeção de receita total de R$ 48 bilhões a menos, sendo R$ 32,4 bilhões líquidos a menos", disse ele, explicando que o bloqueio provisório de R$ 37,2 bilhões feito anteriormente era "conservador".
"Agora estamos ajustando essa conta", explicou. No decorrer do ano, disse ele, o governo pode ter que "apertar mais o cinto", ou até, dependendo do comportamento da arrecadação, "afrouxar um pouco".
Superávit primário
O governo federal também decidiu baixar, na prática, o superávit primário deste ano, que é a economia feita para pagar juros da dívida pública. A meta para todo o setor público consolidado continua em 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
Entretanto, pela primeira vez, o governo informou que pretende utilizar o projeto-piloto de investimentos (PPI), que é um mecanismo estabelecido com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que permite ao governo abater até 0,5% do PIB, cerca de R$ 15,8 bilhões, para gastos em infraestrutura. "Estamos nos programando para usar os 0,5% do PIB do PPI", disse ele. Com isso, a meta, na prática, cairia para 3,3% do PIB para todo o setor público consolidado.
-
Governo alarmou o mercado, mas tragédia no RS não afetará abastecimento de arroz no Brasil
-
Anac suspende por tempo indeterminado venda de passagens aéreas para Porto Alegre
-
Saiba quem é Magda Chambriard, indicada para substituir Prates na Petrobras
-
Ainda competitivo para 2026, Lula vê eleitorado dar mostras de cansaço com sua gestão
Não vai faltar arroz no Brasil, apesar do governo Lula criar alarme no mercado
Tributaristas defendem que governo permita doação de Imposto de Renda para socorrer o RS
Risco de “farra fiscal” com medidas de ajuda ao RS preocupa economistas
Um BC dividido entre “bolsonaristas” e “lulistas”? O que revela a ata da última reunião
Deixe sua opinião