O governo brasileiro vai abater 60 mil cabeças de gado para conter a febre aftosa nos municípios sul-mato-grossenses de Eldorado, Japorã e Mundo Novo. Há dois anos, as três cidades estão interditadas e monitoradas por causa da doença. A operação começou no início da semana, e cerca de cinco mil animais já foram abatidos dentro das normas brasileiras e internacionais de saneamento.
Segundo o coordenador de combate à febre aftosa do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, diferentemente do sacrifício sanitário, quando o animal doente é morto e enterrado, nesta operação, será possível o abate para consumo da carne, que será destinada aos mercados de Mato Grosso do sul e de outros estados. Para que possa ser consumida, a carne desses animais passa por um tratamento especial.
- Limpamos o foco, tendo um critério técnico e dando total garantia sanitária para o mercado que consumirá o produto, no sentido de que toda carne vai ser maturada ou seja resfriada - disse Marques.
A maturação permite que o PH da carne baixe a menos de 6 e, conseqüentemente, inviabilize qualquer vírus de febre aftosa que porventura que esteja no produto. Além disso, a carne é desossada.
- Tanto o osso quanto as vísceras, couro e outros subprodutos são destruídos ou submetidos a tratamentos físicos e químicos capazes de matar o vírus - acrescentou o técnico.
Guilherme Marques não soube precisar o total do prejuízo causado pela doença nos últimos dois anos em Mato Grosso do Sul, estado que tem o segundo maior rebanho do país. O técnico destacou, porém, o caso do estado de Santa Catarina, que há seis anos não vacina seu rebanho é está livre da doença.
- O Brasil é um país com extensão territorial continental, tem regiões com status sanitários diferentes sobre as dimensões da febre aftosa. Como exemplo, temos o estado de Santa Catarina, que já há seis anos não vacina o rebanho e detém o reconhecimento do próprio Ministério da Agricultura como livre da doença sem vacinação.
Segundo o técnico, o estado está sendo avaliado neste momento pela Organização dos Estados Americanos (OEA) para o reconhecimento internacional do estado como livre de febre aftosa sem vacinação.
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