O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, informou nesta terça-feira que o governo precisará de US$ 14,193 bilhões para honrar os compromissos da dívida externa até 2008. No entanto, diante do bom desempenho das contas externas e da melhora ocorrida no perfil desse endividamento, o Tesouro vai optar por comprar dólares no mercado - e não fazer novas emissões no mercado internacional - como estratégia principal para fazer esses pagamentos.
- Vamos atender preferencialmente nossa necessidade de financiamento de recursos via mercado - disse Kawall.
O secretário-adjunto do Tesouro, Paulo Valle, explicou que isso não significa que o Tesouro deixará de fazer captações no exterior. Mas a idéia é ir ao mercado internacional, principalmente para melhorar o perfil da dívida, por meio de operações de recompra de papéis e também troca de títulos como a ocorrida no fim de julho, que chegou a US$ 500 milhões.
- Vamos ao mercado externo com um objetivo qualitativo e não com uma visão de financiamento - afirmou Valle.
Segundo documento divulgado nesta terça pelo Tesouro Nacional, as operações realizadas pelo governo desde 2005 para reduzir a vulnerabilidade externa do Brasil, como recompras, trocas e pagamento antecipado de dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o Clube de Paris, permitiram que o governo reduzisse o impacto de juros e principal da dívida externa mobiliária em 2007 e 2008 de US$ 19 bilhões para US$ 14,6 bilhões. O estoque da dívida externa hoje chega a US$ 64,7 bilhões, sendo US$ 50,3 bilhões em títulos e US$ 14,4 bilhões em contratos.
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