Os ataques do governo à reforma trabalhista aprovada em 2017 são uma "cortina de fumaça" para resgatar o financiamento dos sindicatos. A opinião é do economista Hélio Zylberstajn, professor sênior da FEA-USP e coordenador do Salariômetro da Fipe. A reforma pôs fim ao imposto sindical, contribuição compulsória de todos os trabalhadores, no valor de um dia de trabalho por ano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou, ao defender uma revisão da reforma, a "asfixia financeira" dos sindicatos após o fim do imposto. A arrecadação deles caiu de R$ 3,05 bilhões de janeiro a novembro de 2017, antes da reforma, para R$ 65,5 milhões em 2021.
Em abril, o ministro Luiz Marinho declarou que é "plausível" a ideia de que o imposto seja deliberado em assembleia das categorias, valendo para todos os trabalhadores, mesmo os não sindicalizados. A compulsoriedade só teria sentido, para Zylberstajn, num cenário de multiplicidade e democracia sindical, onde o trabalhador escolhe o sindicato que o representa – o que não ocorre no Brasil.
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