Uma das explicações para o aumento do superávit comercial em um período de valorização do real é que as grandes empresas adotam estratégias para proteger suas operações da flutuação do câmbio. Alguns grupos recorrem a um procedimento chamado de hedge, termo que pode ser traduzido como "proteção". Através dele, as companhias acertam a venda dos dólares no futuro por um preço mínimo. Se o dólar cai abaixo do determinado, a diferença é coberta pelo comprador na operação.
Outra forma de reduzir as perdas cambiais é a busca de adiantamento dos contratos através de empréstimos nos quais as exportações são usadas como garantia. Esse dinheiro é mais barato do que a média do mercado financeiro e pode ser usado de duas formas: bancando a produção, no lugar de empréstimos, ou em aplicações financeiras para aproveitar os juros altos do Brasil. Para muitas empresas, além das operações financeiras, pesa o fato de as exportações serem livres de impostos. Sem a carga tributária, a margem de rentabilidade que pode ser cortada é maior do que no mercado interno.
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