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Comunicado

Crise da dívida fez recuperação perder força

Os países do G-20 afirmarão em seu comunicado final que a recuperação da economia mundial perdeu força principalmente por causa da crise das dívidas soberanas da zona do euro, de acordo com uma versão prévia do documento. "Desde a nossa última reunião, a recuperação global se enfraqueceu, particularmente nos países avançados, deixando o desemprego em níveis inaceitáveis", afirma a prévia do comunicado. "As tensões nos mercados financeiros aumentaram, principalmente por causa dos riscos soberanos na Europa", acrescenta.

Segundo o documento preliminar, os líderes do G-20 vão fechar um acordo sobre um plano de ação para impulsionar o crescimento. "Nós nos comprometemos a coordenar nossas ações e políticas. Concordamos com um Plano de Ação para o Crescimento e Empregos", diz o documento.

A prévia do comunicado do G-20, com data de 2 de novembro, não tinha detalhes sobre as propostas e estratégias para o câmbio, indicando que até quarta-feira não havia consenso sobre o assunto.

G-20 procura maneiras de isolar a Itália

Enquanto a Grécia era consumida pela turbulência política, líderes do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo) reunidos em Cannes discutiam meios de isolar a Itália, considerado o país mais provável de se tornar a próxima vítima no caso de disseminação da crise da dívida da zona do euro.

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  • Papandreou, desgastado pela ideia de referendo, agora tenta salvar mandato

O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, anunciou ontem, em nome do governo, que o referendo sobre o resgate financeiro do país proposto pelo primeiro-ministro George Papandreou não será realizado. "O governo anuncia de forma oficial que não haverá um referendo", disse Venizelos em discurso para parlamentares transmitido pela rede estatal de televisão. Na manhã de ontem, ele já havia declarado sua oposição à consulta popular. "A posição da Grécia dentro da zona do euro é uma conquista histórica do país que não deveria ser colocada em dúvida", disse Venizelos, acrescentando que isso "não pode depender de um referendo".

Dois funcionários próximos a Papandreou também haviam dito, mais cedo, que a ideia do referendo sobre o novo pacote europeu e as medidas de austeridade tinha sido retirada. No entanto, a situação política de Papandreou segue indefinida, com a oposição pedindo a renúncia ou a convocação de novas eleições. O líder do partido da oposição Nova Democracia (centro-direita), Antonis Samaras, descartou algum acordo político com o primeiro-ministro e pediu a realização de novas eleições em seis semanas. "Papandreou finge que não entendeu o que eu pedi a ele. Eu pedi que ele renuncie", disse Samaras ontem. Hoje, Papandreou enfrenta um voto de confiança sem ter certeza de que conta com o apoio de todos os parlamentares de seu partido, o socialista Pasok.

G-20

A confusão na Grécia começou na segunda-feira, quando Papandreou disse que a população deveria aprovar ou rejeitar em referendo o acordo de socorro que o governo grego fechou com a UE na semana passada. Entre outros itens, o acordo prevê um "haircut" (desconto) de 50% no valor de face dos títulos da dívida grega em posse de credores privados. No entanto, Venizelos defende que a prioridade do país deveria ser a obtenção rápida de uma parcela de 8 bilhões de euros do pacote internacional de ajuda, necessária para pagar bônus que vencem em novembro e dezembro. Sem esse dinheiro, a Grécia entrará em moratória.

Em Cannes, onde ocorre a reunião dos líderes das 20 economias mais desenvolvidas (o G-20), o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, tiveram uma reunião rápida com Papandreou na quarta-feira e alertaram o premiê que a Grécia não receberá a parcela de 8 bilhões de euros até depois do referendo, e sugeriram que o referendo deveria decidir também se o país deveria continuar ou não na zona do euro.

Apesar da posição firme de Merkel e Sarkozy, Papandreou ainda defendia o referendo na manhã de ontem. Em discurso ao Parlamento, em Atenas, o primeiro-ministro afirmou que uma eventual rejeição do plano de resgate europeu significaria a saída da Grécia da zona do euro, mas ressaltou a importância de consultar a população sobre medidas de austeridade. "Não podemos ter decisões feitas pelos mercados e não pelas pessoas. Queremos ver se como país estamos dispostos a implementar as mudanças necessárias que são, na verdade, benéficas", afirmou.

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