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Funcionários dos transportes entraram em greve em Portugal:  país também foi rebaixado pela Standard & Poor’s | Jose Manuel Ribeiro/Reuters
Funcionários dos transportes entraram em greve em Portugal: país também foi rebaixado pela Standard & Poor’s| Foto: Jose Manuel Ribeiro/Reuters

EUA

Executivos do Goldman negam fraudes

Foi um dia de confronto no Senado dos EUA, ontem, quando executivos do banco Goldman Sachs tiveram que se explicar a congressistas sobre o seu papel durante a crise que estourou em 2008.

Senadores acusaram o banco de agir como um "cassino fraudulento" e de enganar clientes, vendendo instrumentos financeiros em negócios destinados ao fracasso.

Para membros do governo, a empresa contribuiu para o derretimento do mercado. Executivos responderam ter agido com ""responsabilidade" para proteger o banco de forma que ele sobrevivesse ao colapso das hipotecas.

Na conclusão da audiência, o presidente-executivo do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, disse, em tom conciliatório, reconhecer que "muitos americanos estão céticos quanto à contribuição dos bancos de investimento para a economia e compreensivelmente irritados com a maneira como Wall Street contribuiu para a crise financeira".

Ele admitiu que Goldman, outros bancos e agências de rating falharam ao não "soar o alarme" quando havia um excesso de empréstimos. Mas negou que a empresa tenha apostado contra os clientes.

Folhapress

Era tudo que os europeus não queriam: sobrar para o Fundo Monetário Internacional (FMI) a tarefa hercúlea de salvar a Grécia de eventual calote – e consequentemente preservar o euro – depois que os membros da União Europeia titubearam e os mercados catapultaram o ágio sobre a dívida de Atenas.Segundo o jornal britânico Financial Times, o FMI, que já havia anunciado linha de crédito de 15 bilhões de euros (R$ 36 bilhões) dentro de pacote no qual os europeus contribuiriam com outros 30 bilhões de euros, estuda oferecer mais 10 bilhões de euros.Não há maiores detalhes, mas o crédito viria mediante a adoção de medidas fiscais que arrochem ainda mais o país, obrigado a cortar seu deficit fiscal de 13,6% para ficar sob o limite da UE, de 3%, até 2013.

O refinanciamento grego (cerca de 50 bilhões de euros vencem neste ano) está cada dia mais difícil. Ontem, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s retirou o status de grau de investimento do país (atestado de bom pagador) e rebaixou a avaliação dos títulos da dívida com vencimento no longo prazo para BB+ – no jargão, "junk", lixo – e ainda com perspectiva de piora.

Para os papéis de curto prazo, cujo ágio já bate em 15%, um recorde na zona do euro, a classificação é B. Todos os países europeus são ao menos A.

"O rebaixamento vem de nossa avaliação dos desafios políticos, econômicos e orçamentários que o governo grego enfrenta para colocar a dívida pública em uma trajetória de baixa que se sustente", escreveu o analista Marko Mrsnik em comunicado no site da S&P.

"As opções políticas do governo estão diminuindo diante dos prospectos cada vez mais frágeis de crescimento da economia bem no momento em que a pressão por medidas de ajuste fiscal aumenta", segue o texto, aludindo à dificuldade de impor novos cortes ante a crescente oposição da população, que já vai ter abolida uma série de garantias trabalhistas.

Foi o suficiente para fazer a Bolsa de Atenas recuar 6%, ressoando em toda a Europa. O FTSE (Londres) recuou 2,61%; o CAC-40 (Paris), 3,82%, e o DAX (Frankfurt), 2,73%. O efeito foi transatlântico, com o índice Dow Jones, em Nova Iorque , fechando em baixa de 1,90% e o S&P 500 recuando 2,34%. A Bovespa caiu 3,43%. O euro foi cotado a US$ 1,32, menor nível ante o dólar em cerca de um ano.

Para piorar, a S&P também rebaixou a classificação dos papeis de Portugal, outro país com dívida inchada, para A-. Devido ao anúncio do governo de uma política de austeridade salarial, funcionários de 16 empresas de transporte público entraram em greve.

Sem consenso

Após idas e vindas sobre como rachar a conta e da resistência em recorrer ao FMI, a UE anunciou na sexta um pacote conjunto com o Fundo para ajudar a Grécia a financiar suas dívidas, das quais 20 bilhões de euros vencem até maio. O porém é que os valores oferecidos mal bancam a rolagem neste ano.

Além disso, um racha se esboça, com França e Itália pedindo urgência, e a Alemanha, que deve contribuir com mais da metade da parcela europeia, resistindo em abrir o cofre.

Mercados

Além de ser afetada pelo mal-estar com a Grécia, a bolsa brasileira também caiu por causa da expectativa de alta nos juros na reunião de hoje do Copom. Até a semana passada, o mercado vinha trabalhando com uma alta de 0,5 ponto porcentual, mas a estimativa agora é de que o reajuste será de 0,75 ponto. Com isso, o Ibovespa desceu a 66.511 pontos, menor patamar desde fevereiro.

Além do mercado acionário, o segmento cambial reagiu fortemente ao dia negativo. O dólar encerrou com apreciação de 1,15%, vendido a R$ 1,765.

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