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Números

269 servidores da Mapa atuam no Paraná. Em âmbito federal são 4.187 agentes. Segundo os sindicalistas, no entanto, o quadro atual não dá conta da demanda e apresenta um déficit de 1,2 mil funcionários nacionalmente; 200 só no estado. Mais da metade dos trabalhadores do quadro paranaense estaria em vias de se aposentar.

Os fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) planejam entrar em greve em todo o país a partir de segunda-feira e alertam que a manifestação vai paralisar uma série de atividades do agronegócio. Nesta quarta-feira, realizam manifestação para divulgar suas bandeiras. Em Curitiba, haverá concentração próximo à superintendência do Mapa, no Tarumã.

A greve agrava a crise logística provocada pela paralisação parcial dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que dura duas semanas. Além de liberarem exportação e importação, os fiscais do Mapa controlam o fluxo de produtos do agronegócio no interior do país, inclusive em frigoríficos.

O delegado sindical da categoria no Paraná, Ailton Santos, disse ontem que os protestos pedem a reestruturação do plano de carreira dos fiscais agropecuários. Os holerites estão "cheios de penduricalhos", afirmou.

Na prática, o setor quer a incorporação de ganhos eventuais, como os adicionais por insalubridade. Os "penduricalhos" passam de 10% do salário em alguns meses. "Não deve haver grande impacto no orçamento da União, mas o governo não quer negociar", alegou Santos.

A categoria protesta também contra as nomeações a mando de partidos políticos. "Queremos que prevaleça o currículo, a meritocracia, mas isso depende da regulamentação do Decreto 7.127 pelo ministro da Agricultura (Mendes Ribeiro)", disse o sindicalista. As nomeações são consideradas o "ponto nevrálgico" da greve.

Os fiscais agropecuários exigem ainda a realização de concurso público. A categoria abrange 4.187 servidores em âmbito federal e 269 no Paraná. O déficit nacional seria de 1,2 mil funcionários e o estadual de aproximadamente 200. "E 58% do nosso quadro estão em condições de se aposentar", alertou Ailton. "Hoje tem fiscal que precisa dar conta de dez frigoríficos", citou.

Agravante

O agronegócio enfrenta uma série de greves desde o ano passado no Paraná. Os fiscais agropecuários do estado cruzaram os braços em novembro de 2011 e em maio deste ano. No último mês, a greve da Anvisa travou o carregamento e o descarregamento de navios em Paranaguá, que estava acumulado devido à concentração das exportações e às chuvas. Soma-se a isso a operação-padrão dos servidores da Receita Federal deflagrada em junho.

Para evitar que o Porto de Paranaguá parasse por falta de fiscalização sanitária, o Sindicato dos Operadores recorreu à Justiça na semana passada. Os servidores da Anvisa acataram decisão que exigia a liberação de navios. Paralelamente, com aval de Brasília, o governo estadual acionou sua Vigilância Sanitária para garantir o fluxo de cargas durante a paralisação da agência nacional. Agora, depois de as liberações terem voltado a ocorrer, o porto corre risco novamente. Os navios não podem ser carregados ou descarregados sem o trabalho dos fiscais agropecuários do Mapa.

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