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Vigilantes montaram estrutura na Praça Santos Andrade, onde ocorrerá assembleia que define futuro da greve na tarde desta segunda (4) | Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo
Vigilantes montaram estrutura na Praça Santos Andrade, onde ocorrerá assembleia que define futuro da greve na tarde desta segunda (4)| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

Negociação em Curitiba

Falta pouco para que as exigências do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana sejam atendidas. Os trabalhadores pedem que seja concedido aumento de periculosidade de 30% para todos os vigilantes – previsto em Lei Federal sancionada no fim do ano passado – e reposição da inflação no salário com base no índice INPC.

Por sua vez, o sindicato patronal aceitou pagar o aumento da inflação, mas divididas em três parcelas durante o ano, o que pesa na hora dos vigilantes da capital manter a greve. Sobre o adicional de periculosidade, também houve a sinalização de aumento dos 14,5% que faltam – em Curitiba, os vigilantes já recebem adicional de 15,5%.

  • Agências bancárias da região central estão de portas fechadas nesta segunda (4) devido à greve dos vigilantes
  • Mobilização dos vigilantes: 98% das agências fecharam na sexta-feira (1º)

A greve dos vigilantes deixa as agências bancárias fechadas pelo segundo dia nesta segunda-feira (4) na capital paranaense. A informação é do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana, que representa a categoria. A entidade estima que a adesão ao movimento seja como na sexta-feira (1º), e que a maioria dos bancos fique de portas fechadas. Um balanço deve ser divulgado no final do dia.

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A paralisação ocorre apenas na capital e região metropolitana. No interior do Paraná, os membros da classe trabalhista decidiram encerrar a greve depois de uma audiência entre os funcionários das empresas de vigilância e o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR), mediada pela Procuradoria do Trabalho e Emprego do Paraná.

A proposta feita pela procuradoria durante a reunião – e que foi aceita pelos empregados do ramo no interior do estado – foi de reajustar o pagamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em três parcelas ao longo do ano (fevereiro, junho e outubro). Neste ponto os vigilantes da capital divergem e exigem que o pagamento do aumento seja feito em apenas uma parcela (leia mais ao lado).

Durante o dia, representantes do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana fazem piquetes pela cidade. A intenção é tentar convencer vigilantes que estejam em seus postos de trabalho a aderirem ao movimento.

A assembleia está prevista para o fim da tarde, ainda sem horário definido, conforme a assessoria do sindicato dos vigilantes. A votação será na Praça Santos Andrade, e deve contar com a participação de aproximadamente 200 pessoas.

Greve na sexta

A mobilização da categoria começou na última sexta-feira (1º), quando agências em toda a capital tiveram que ser fechadas pela falta de seguranças. Na região das ruas Marechal Deodoro da Fonseca, XV de Novembro e da Praça Tiradentes estavam todos fechados. Na maioria deles, havia apenas avisos pregados nas portas com comunicados da greve dos vigilantes.

Leitores da Gazeta do Povo também enviaram relatos de agências fechadas em outros bairros. No bairro Capão da Imbuia, na Rua Leopoldo Belczack, o Banco do Brasil também está fechado. Situação idêntica à agência da Caixa do bairro Batel, na Avenida Sete de Setembro.O balanço do sindicato, divulgado no começo da noite de sexta (1º), apontou que 500 agências ficaram fechadas e 11 mil vigilantes cruzaram os braços em Curitiba e região metropolitana.

abriram ao público. A exceção é Maringá, onde os trabalhadores não pararam (leia mais no box).

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Em Curitiba, os bancos da região das ruas Marechal Deodoro da Fonseca e XV de Novembro e da Praça Tiradentes estavam todos fechados. Na maioria deles, havia apenas avisos pregados nas portas com comunicados da greve dos vigilantes.

Na Caixa Econômica Federal da Praça Carlos Gomes, onde funciona também o centro administrativo da instituição, os clientes ficaram irritados com a falta de orientação. Um deles foi o funcionário público Jorge Luiz Rodrigues, 54 anos. "Vim para ver o que acontece com a senha do meu cartão, que parou de funcionar. Não tem ninguém aqui. Tinha que ter vigilante porque a minha categoria, quando faz greve, precisa manter 30% dos funcionários na ativa. O banco tem utilidade pública, não pode acontecer esse tipo de coisa".

Na agência do Itaú da Rua Marechal Deodoro, a dona de casa Milene de Lima, 26 anos, ficou decepcionada quando chegou para ser atendida. "Hoje cai o dinheiro das minhas filhas, e não consigo sacar no caixa eletrônico porque meu cartão não funciona. Como vou ficar com minhas contas todas atrasadas? Eles deviam ter, pelo menos, uma pessoa pra resolver esse tipo de emergência".

Leitores da Gazeta do Povo relataram que no bairro Capão da Imbuia, na Rua Leopoldo Belczack, o Banco do Brasil também está fechado. Situação idêntica à agência da Caixa do bairro Batel, na Avenida Sete de Setembro.

O balanço do sindicato, divulgado no começo da noite, apontou que 500 agências ficaram fechadas e 11 mil vigilantes cruzaram os braços em Curitiba e região metropolitana.

Caixas eletrônicos

Enquanto os bancos eram visitados pela reportagem, dois caminhões de transporte de valores faziam o abastecimento de caixas eletrônicos. Funcionários dos bancos HSBC e Banco do Brasil relataram que todos os serviços dos postos de atendimento automático estão funcionando normalmente, inclusive depósitos. O abastecimento de caixas também não tem restrições, já que é feito por empresas terceirizadas.

Mobilização pela manhã

Na capital, o sindicato que representa a classe reuniu os manifestantes na Praça Santos Andrade, de onde saíram pela cidade com o objetivo de conquistar mais adeptos. O grupo, de aproximadamente 200 pessoas, segundo informações repassadas pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana, havia saído em direção a praticamente todas as regiões da cidade, por volta das 9 horas. As áreas próximas aos bairros Bacacheri, Cidade Industrial de Curitiba, Centro Cívico, Boqueirão e Sítio Cercado tiveram grupos atuando no convencimento dos vigilantes para a adesão à greve.

O presidente do sindicato, João Soares, diz que a quinta-feira foi marcada por silêncio nas negociações, o que motivou a categoria a aprovar a greve por tempo indeterminado. "A adesão é grande. O sistema bancário já está praticamente parado com nosso anúncio de greve. Mesmo assim, vamos fazer arrastões pela cidade e haverá bancos fechados em todo o Paraná", diz.

Reivindicações

Os vigilantes reivindicam o pagamento de um adicional de 30% para compensar os riscos da profissão (adicional de periculosidade). No último dia 10 de dezembro, foi publicada em Diário Oficial a sanção da Lei Federal 12.740 de 2012, que prevê que as empresas precisam pagar 30% além do salário para compensar os riscos envolvidos na profissão.

No Paraná, as empresas já fazem um pagamento de 15,5% além dos salários. Para cumprir a nova lei, elas precisam fazer um incremento no bônus, para chegar aos 30% obrigatórios. O piso salarial dos vigilantes paranaenses é de R$ 1.140. O adicional de periculosidade ficaria, com a nova lei, em torno de R$ 340. Segundo o sindicato dos vigilantes, a quitação do novo benefício deveria ter sido feito pela primeira vez neste início de janeiro, o que não ocorreu.

Desde o início das negociações, o sindicato patronal relata que a simples sanção da Lei não é suficiente para garantir o pagamento do benefício, e que uma regulamentação precisaria ser feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Além do adicional, a classe reclama que os empresários se recusam a conceder o reajuste da inflação ao piso da classe com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que fechou 2012 em alta de 5,84%.

Febraban: greve é "descabida"

A Febraban, que representa as instituições bancárias do país, declarou, em nota, também na quinta (31), que a manifestação é descabida. "Os bancos exigem das prestadoras de serviços de vigilância a colocação de funcionários nas agências bancárias, a fim de garantir o atendimento ao público (...). As instituições financeiras desenvolverão todos os esforços legais para bem atender os usuários dos serviços bancários."

Já o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR) alegou que as negociações não foram interrompidas e que não iria se pronunciar sobre o assunto para não atrapalhar o andamento das conversas com categoria.

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