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Para os vigilantes, crise não afetou empresas de segurança privada. Trabalhadores querem 12% de reajuste | Antônio Costa/Gazeta do Povo
Para os vigilantes, crise não afetou empresas de segurança privada. Trabalhadores querem 12% de reajuste| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

Mais de 200 agências e postos de atendimento bancários permaneceram fechados ontem em Curitiba por causa da greve iniciada no começo da manhã pelo sindicato dos seguranças e vigilantes (Sindivigilantes). Como a legislação proíbe o funcionamento de bancos sem um contingente mínimo de dois vigilantes, as agências cujos seguranças aderiram ao movimento tiveram de suspender as atividades.

No fim da tarde, o sindicato reuniu os grevistas na praça Santos Andrade, no centro da capital. Lá, em assembleia, os trabalhadores decidiram pela manutenção do estado de greve por tempo indeterminado. A manifestação reuniu cerca de 1 mil trabalhadores, segundo a Polícia Militar do Paraná, que acompanhou o movimento. Os trabalhadores se reúnem hoje a partir das 6h30 e devem percorrer agências bancárias.

A estimativa do Sindivigilantes, que representa os trabalhadores da categoria, é de que 60% dos 21 mil empregados no setor em todo estado tenham deixado de trabalhar na segurança e na distribuição de dinheiro para as agências. Por essa razão, hoje devem começar a surgir outros efeitos da paralisação, como o desabastecimento de dinheiro nos caixas eletrônicos. Também pela falta de seguranças, a Biblioteca Pública do Paraná suspendeu o serviço de empréstimo e atendimento ao público, aceitando apenas a devolução de livros.

A categoria, que tem data-base em 1º de fevereiro, pede a reposição integral da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 7%, mais um aumento real de 5% nos salários. O piso da categoria atualmente é fixado em R$ 890. Além disso, os vigilantes reivindicam um reajuste de 7% para 15% no adicional de risco e de R$ 10 para R$ 15 no vale-refeição. Segundo o presidente do Sindivigilantes, João Soares, a categoria iniciou a greve porque não houve acordo com o sindicato patronal. "Eles oferecem apenas o INPC, alegando que a crise mundial afetou as empresas do setor", diz. "Mas, a gente sabe que não afetou. O dinheiro não deixou de circular." Soares ressalta que a proposta é negociável.

O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp-PR), Jeferson Furlan Nazário, considera a greve precipitada. "Estamos recebendo pedidos de empresas para renegociar contratos e reduzir postos de trabalho", diz. Em nota, o Sindesp afirma que concorda em conceder o reajuste acima da inflação, mas em um índice "conectado com a realidade".

Trabalhando há 13 anos como vigilante, Advaldo José dos Santos participou do protesto e votou pela manutenção da greve. O trabalhador acredita que as reivindicações serão atendidas e diz esperar que o aumento melhore sua renda familiar. "Quando vou ao supermercado vejo que todos os preços aumentaram, menos o meu salário", argumenta.

Colaborou Karyme Kaminski

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