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Servidores em greve fizeram manifestação no Teatro João Caetano, no centro do Rio | Marcos de Paula/Estadão Conteúdo/AE
Servidores em greve fizeram manifestação no Teatro João Caetano, no centro do Rio| Foto: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo/AE

Repercussão

Protesto em Curitiba contou com bolo de aniversário

Antonio Senkovski

Grevistas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Curitiba protestaram ontem de manhã com um bolo de aniversário, em frente à sede da entidade na cidade. A manifestação, na Rua Visconde do Rio Branco, perto da Rua 24 horas, foi feita para marcar os 78 anos da entidade nacional. O instituto conta com cerca de 100 funcionários em Curitiba.

Por volta das 10 horas, parte dos servidores participou da "festa de aniversário". O supervisor da pesquisa econômica e de serviços, Vinícius Staub, disse que a manifestação foi organizada com a intenção de alertar para os problemas que a entidade enfrenta.

"Para citar um exemplo, aqui em Curitiba, para fazer a pesquisa do INPC [Índice Nacional de Preço ao Consumidor], dos 16 funcionários que fazem a coleta, 14 são contratados. Ou seja, eles podem ser mandados embora sem qualquer procedimento administrativo, sem direito à defesa, sem nada, como de fato ocorre em alguns casos", criticou. Staub defende que em casos como o INPC, de pesquisa contínua, os funcionários utilizados deveriam ser estatutários ou ao menos pelo regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Nem o sindicato da classe nem o IBGE têm um balanço detalhado do movimento. No primeiro dia de greve, a representação sindical do IBGE da capital paranaense estimou que "a grande maioria" dos servidores da instituição na cidade aderiu ao movimento.

A mobilização, segundo as lideranças, abrange funcionários dos setores administrativo e também os que coletam dados (efetivos e temporários) para pesquisas.

Servidores em greve do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizaram manifestações em todo o país ontem, na véspera da divulgação do indicador mais importante do órgão, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Trabalhadores de 22 das 32 unidades já aprovaram adesão à paralisação iniciada na última segunda-feira, segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatísticas (ASSIBGE-SN).

O sindicato estima que a adesão dos funcionários ao movimento nas filiais em greve chegue a 70%. Mas a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, garantiu que a paralisação de servidores é apenas parcial e não afeta os indicadores divulgados pelo instituto. O coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, garantiu que os números do PIB brasileiro, referentes ao primeiro trimestre de 2014, serão divulgados hoje, como determinado no calendário do órgão.

Wasmália participou ontem da cerimônia de celebração do aniversário de 78 anos do IBGE, no Teatro João Caetano, no Centro do Rio, onde distribuiu medalhas aos funcionários mais antigos. Em torno de 50 grevistas fizeram uma manifestação em frente ao local do evento.

Na pauta de reivindicações dos grevistas está a saída imediata da presidente e dos membros do conselho diretor do órgão. No entanto, Wasmália afirmou que nem ela nem os integrantes do conselho pensam em entregar seus cargos. A direção do IBGE diz concordar com outras reivindicações, como a realização de concursos públicos e equiparação salarial ao patamar de instituições públicas como o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Wasmália estima que o instituto precisaria de um quadro entre 7 mil e 7,8 mil servidores para fazer frente aos projetos do órgão. Hoje, o IBGE conta com 5,7 mil funcionários efetivos, sendo que 40% já têm tempo de trabalho suficiente para pedir a aposentadoria.

Histórico

O IBGE enfrenta uma crise institucional desde o início de abril, quando Wasmália anunciou a suspensão até 2015 das divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), decisão que acabou sendo revista semanas depois, após muita polêmica e desgaste da direção com o corpo técnico. A Pnad Contínua, que apresenta a taxa de desemprego para todo o país, substituirá a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

O sindicato afirma que a divulgação da Pnad Contínua está garantida para a próxima terça-feira, conforme previsto no calendário oficial, mas conta que tem instruído os funcionários grevistas a não fazerem a divulgação dos demais indicadores.

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