Greve põe vacinação antiaftosa em risco

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Os fiscais do Departamento de Fiscalização e Defesa Agro­pe­cuária (Defis) do Paraná devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir de se­­gunda-feira. A paralisação, organizada pela Associação dos Fiscais da Defesa Agrope­cuária do Estado do Paraná (Afisa), põe em risco a campanha de vacinação contra a febre aftosa, avalia a própria Secre­taria da Agri­cultura e do Abaste­cimento (Seab), que abrange o Defis.

Os fiscais são responsáveis pelo controle da campanha e atuam em todo o estado. A expectativa do governo é de que os pecuaristas imunizem 100% do rebanho de 9,3 milhões de animais e apresentem comprovantes até dia 30 de novembro. Segundo os líderes da greve, 83% dos fiscais devem aderir ao protesto.

Os servidores prometem continuar lançando comprovantes de vacinação e emitindo Guias de Trânsito Animal (GTA). "O restante do trabalho será paralisado", disse Antonio Minoro Tachibana, integrante da comissão de negociação e responsável pela área de rastreabilidade dos bovídeos do Defis.

O secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, disse que a greve atrapalha a campanha de vacinação e os planos sanitários do Paraná. O estado quer se tornar área livre de aftosa sem vacinação dentro de três anos. "A greve é fora de contexto", argumenta.

Em maio, foram vacinados apenas animais com até 24 meses. Aproximadamente metade do rebanho está sem vacina há um ano, num momento em que o Brasil amplia a vigilância sanitária devido à confirmação de um foco de aftosa no Paraguai um mês e meio atrás.

A principal reivindicação dos grevistas é a transposição da categoria para a Agência de Defesa Sanitária (Adapar), cuja criação deve ser votada pelos deputados estaduais na próxima semana. Os fiscais não querem ser "emprestados" para a Adapar. Pelos planos do governo do estado, eles trabalharão ao lado de agentes que passarem nos concursos para formação do quadro pessoal da agência. Segundo Ortigara, a transposição definitiva é inconstitucional e o concurso público é obrigatório. Os organizadores da greve dizem que Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pernambuco fizeram transposição.