As obras nas usinas hidrelétricas do Rio Madeira - Jirau e Santo Antônio - continuam paralisadas após reunião entre representantes dos trabalhadores, dos responsáveis pela construção das usinas e do Ministério do Trabalho realizada na manhã desta sexta-feira (23), em Rondônia. "Estamos negociando a retomada da negociação", disse o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores (Conticom), Cláudio da Silva Gomes, após participar da reunião, na qual não foi tomada decisão sobre retomada das atividades. Os representantes dos trabalhadores decidiram que farão assembleia na próxima segunda-feira, às 7 horas, no canteiro de obras de Santo Antônio. "Provavelmente, também faremos uma assembleia na segunda-feira, às 11 horas, no canteiro de Jirau", disse o representante do Sindicato dos Empregados da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero), Raimundo Enelson. A paralisação em Jirau foi iniciada no dia 8 de março, e os trabalhadores de Santo Antônio estão parados desde a última terça-feira (20). Em Jirau, a parada começou com a manifestação de alguns trabalhadores de uma empresa contratada que pediam aumento de salários, entre outras reivindicações. A parada das atividades principais nos canteiros foi recomendada pelos consórcios responsáveis pelas obras civis das usinas, lideradas por Camargo Corrêa no caso de Jirau e Odebrecht em Santo Antônio, para garantir a segurança dos trabalhadores. Na última quarta-feira, a Justiça do Trabalho declarou abusiva e ilegal a greve nas obras da usina hidrelétrica de Santo Antônio, e determinou o retorno imediado dos operários ao trabalho, sob pena de multa de 200 mil reais contra Sticcero. A greve em Jirau também já tinha sido declarada ilegal, uma semana antes. Nesta sexta-feira, às 14h30, ocorre uma audiência de conciliação entre as partes envolvidas -responsáveis pela obra e os trabalhadores- no plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 14a região, em Porto Velho. A usina hidrelétrica Santo Antônio, de 3.150 megawatts (MW) tem entre seus controladores as empresas Furnas, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Cemig, e o fundo de investimento FIP Amazônia Energia, e deve entrear em operação em breve, segundo a assessoria de imprensa do grupo. Já a usina hidrelétrica Jirau, de 3.750 MW tem entre os acionistas a GDF Suez, Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf, e entrada em operação prevista para o último trimestre deste ano. Furnas, Chesf e Eletrosul são subsidiárias da Eletrobras. Os dois empreendimentos estão incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento.
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