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Ponta Grossa – A prefeitura de Tibagi, nos Campos Gerais, e o Instituto Gene, de Blumenau (SC) – que representa investidores internacionais – assinaram ontem convênio para instalação do que pretende ser a maior usina de biodiesel à base de soja do país. O investimento de 110 milhões de euros – equivalente a R$ 303 milhões – vai movimentar o setor de soja e deve favorecer a disputa de preço com o mercado consumidor.

Segundo fontes do setor, a soja destinada para o consumo humano costuma pagar mais ao produtor do que as usinas pagam para transformá-la em combustível. Na avaliação do prefeito de Tibagi, Sinval Silva (PMDB), a usina não enfrentará concorrência quanto aos fornecedores porque o óleo vegetal tende a cair em desuso no hábito de consumo do brasileiro.

"Pela determinação dos investidores, 40% da soja utilizada deve ser comprada de pequenos produtores. Isso faz parte da finalidade social do projeto, que é de estímulo ao desenvolvimento da região", diz o diretor de empreendedorismo e incubação do Instituto Gene, Horst Nilton Boeving. Segundo ele, o projeto é volumoso em termos de aquisição de soja, mas também em produção de biodiesel. "O projeto é voltado para que boa parte dos fornecedores sejam dos arredores, mas nada impede que a gente compre de outros locais", afirma.

Boeving informa que, além de Tibagi, foi estudada a possibilidade de se implantar a usina na região Sul do Mato Grosso ou Goiás. "Mas foi Tibagi que melhor preencheu as premissas sociais dos empreendedores, de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média e população de menos de 30 mil habitantes", justifica.

A usina deve começar a ser construída no segundo semestre deste ano e iniciar a operação no fim de 2008. "Ainda estamos elaborando o cronograma de implantação e definindo qual será a empresa responsável pela construção", diz. Até 30% da produção de biodiesel será voltada ao mercado nacional, e o restante para exportação. O diretor do Instituto Gene não informa o nome do fundo que está fazendo o investimento, por exigência dos investidores.

Para o gerente técnico-econômico da Ocepar, Flávio Turra, a usina deve representar para os produtores uma alternativa de mercado. "É mais um comprador para os agricultores. Isso é positivo porque o produto que iria para o mercado comum pode ser destinado ao biodiesel, deixando de pressionar os preços para baixo", analisa.

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