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O Grupo Silvio Santos, comandado pelo seu fundador, que começou a vida como camelô vendendo artigos para as camadas populares, agora traça um plano agressivo para conquistar os consumidores das classes mais abastadas. Sob a bandeira Baú Premium, o grupo quer abrir pelo menos oito lojas de eletrodomésticos e eletrônicos em shopping centers.

"Percebemos que temos oportunidade de crescer tanto com lojas para a classe C como para as camadas A/B", afirma o diretor de Venda Varejo do Grupo, Décio Pedro Thomé. A primeira loja para a classe mais rica está desde o ano passado em funcionamento no Shopping Jequitimar, no Guarujá, no litoral paulista.

Segundo Thomé, essa loja é uma espécie de laboratório, no qual a empresa está conhecendo os hábitos de consumo e as preferências dos mais ricos. O mote para atrair o cliente, nesse caso, é a prestação de serviços, como a instalação dos eletrodomésticos. Recentemente, o diretor conta que teve de contratar um caminhão com elevador para entregar uma geladeira "side by side" pela lateral externa de um edifício. É que o eletrodoméstico não passava pela porta do apartamento. "Esse público não quer ler manual de instrução nem se preocupar em instalar um produto."

Já o mote de vendas usado pelas lojas do Baú Crediário, voltadas para as classes populares, que são hoje 16 unidades espalhadas entre capital paulista e cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais, é o prazo de pagamento estendido. "Queremos ter a menor parcelinha do Brasil", diz Thomé. A intenção é fazer com que a prestação se encaixe no orçamento do consumidor de baixa renda.

Apesar do novo nicho de mercado que a empresa pretende conquistar, a prioridade da companhia hoje é a loja de rua. Para este ano, por exemplo, estão previstas dez lojas, com investimento de R$ 9 milhões.

A meta para os próximos quatro anos é ter 224 pontos-de-venda, distribuídos entre os Estados de São Paulo, Paraná, sul de Minas Gerais e Santa Catarina. Thomé mantém sob sigilo as cifras totais investidas na abertura de lojas e não descarta a possibilidade de comprar alguma concorrente para acelerar a expansão. "A crise sempre tem dois lados", observa.

Além da investida nas classes de maior renda, a rede, que faturou no ano passado R$ 57 milhões, se prepara para vender pela internet. O prazo de implantação das vendas online não está definidos. Porém, os equipamentos que darão suporte a esse canal já foram adquiridos pela companhia, conta Thomé. O diretor diz que a implantação do projeto vai depender da conjuntura, fazendo referência à crise. "Temos de estar no ponto quando o ônibus passar", brinca.

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