O grupo sueco-finlandês Stora Enso desembarcou ontem no Paraná. A empresa adquiriu da International Paper o complexo Vinson, em Arapoti (no norte pioneiro), por US$ 415 milhões. O complexo fabrica a marca de papéis Inpacel, na única indústria da América Latina de papel revestido de baixa gramatura, usado em revistas e catálogos.
Além da unidade, com capacidade anual de 205 mil toneladas, o complexo inclui uma serraria, que produz 150 mil m· por ano, e 30 mil hectares plantados de pinus e eucalipto, a terceira maior plantação do estado. A norte-americana International Paper havia comprado a unidade da Inpacel em 1998.
O negócio, que deve ser concluído até setembro, faz parte do plano estratégico da compradora e também do grupo vendedor. A Stora Enso busca se fortalecer em novos mercados. O presidente da empresa, Jukka Härmälä, declarou que "a aquisição solidifica firmemente o negócio de papéis editoriais na América Latina".
A unidade pode ser ampliada no futuro, e a serraria e a plantação serão mantidas, de acordo com o presidente da Stora para a América Latina, Nils Grafström. "Queremos aumentar a participação no Brasil, América Latina e China, para estar perto dos mercados compradores e comprar madeira mais barata", diz. O executivo descarta demissões na unidade, que mantém cerca de 700 funcionários. "A International Paper fez um ótimo manejo no complexo e não pretendemos fazer mudanças."
Outros interessados no negócio eram os grupos UPM Kymenne, Arauco, RGM e a brasileira Klabin, que, segundo fontes do mercado, teria interesse na área de floresta plantada.
As empresas adquiridas tiveram vendas líquidas de US$ 228 milhões em 2005, sendo 76% resultado da venda de papéis revestidos.
No Brasil, a Stora Enso também participa de joint-venture com a Aracruz na fábrica de papel Veracel, na Bahia, que produz celulose branqueada de eucalipto de baixo custo. Grafström salienta o plano de duplicar esta fábrica em breve. Também conta que o grupo vem comprando terras aptas ao cultivo de florestas no centro-sul do Rio Grande do Sul e na região central do Uruguai, regiões onde pretende levantar duas fábricas. O grupo vende hoje 400 mil toneladas de papel e cartão por ano.
Com a venda da unidade de papel revestido, também conhecido como cuchê, a International Papers mantém no Brasil apenas a produção de papel sulfite. Possui as marcas líderes Chamex e Chamequinho, e também produz cavaco para manufatura de celulose e papel. A empresa sediada em Menphis colocou a antiga fábrica da Inpacel à venda porque, em 2005, decidiu focar seu negócio em papéis não-revestidos, utilizados em livros e envelopes, entre outros. Em junho, o grupo vendeu uma unidade de papel revestido nos EUA por US$ 1,6 bilhão.
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