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Desde que o fluxo migratório entre o Japão e o Brasil se inverteu, 300 mil brasileiros já foram trabalhar no país oriental. Descendentes de japoneses que imigraram para o Brasil, os dekasseguis sonham em voltar para cá com dinheiro no bolso. Mas durante os anos em que trabalham duro em fábricas, seus filhos precisam ter onde estudar, e as crianças – nascidas no Brasil – nem sempre se adaptam à cultura e ao idioma japoneses. Para suprir essa necessidade e expandir as fronteiras de seus negócios, escolas particulares brasileiras já têm cerca de 30 filiais no Japão.

Uma das maiores operações é da paranaense Positivo, que firmou convênio com 22 escolas em oito cidades japonesas. Os professores são em geral dekasseguis com qualificação para ensinar ou professores contratados aqui para se mudar para o Japão com o visto de trabalho.

Neste modelo, o Positivo atende a cerca de 3 mil alunos desde 1998, entre educação infantil e ensino médio. Além do mesmo material didático usado no Brasil, os professores são orientados via e-mail e telefone e com uma visita anual. Quem faz a viagem de mais de 24 horas é a coordenadora Joseli Sartori, que conta que as crianças pagam cerca de US$ 400 por mês pelo ensino integral, enquanto a escola japonesa é pública. "O maior diferencial que elas encontram é a integração com outros brasileiros", diz.

Uma fronteira para a expansão desse negócio é o fato de que, das 60 escolas brasileiras instaladas naquele país, apenas 40 são autorizadas pelo MEC, exigência do grupo Positivo para firmar a parceria. "O mais importante nessa atuação é sermos reconhecidos como modelo de educação internacional", diz o diretor de marketing, André Caldeira.

O início do trabalho educacional no Japão se deu quando a embaixada brasileira sentiu a necessidade de ajudar as famílias de crianças que não se adaptaram ao ensino do país e contactou escolas brasileiras, propondo a abertura de filiais.

Concorrência

O grupo Coc, de Ribeirão Preto, também vende seu sistema de ensino a cinco escolas brasileiras no Japão, que atendem 6 mil alunos. O faturamento dessa exportação representa menos de 10% do negócio da empresa, que tem 25 mil alunos em unidades próprias no Brasil e 120 mil jovens em escolas municipais estudando com o auxílio do material que produz. "Encontramos no Japão um mercado necessitado. Além dos brasileiros, atendemos alguns filhos de japoneses que pretendem fazer negócio no Brasil", conta o diretor Nilson Curti.

Outro modelo de escola brasileira no Japão é o usado pelo grupo mineiro Pitágoras, que administra seis escolas próprias naquele país. O grupo, que tem escolas conveniadas em Curitiba, tem 1,1 mil alunos espalhados em seis cidades japonesas, atendidos por 100 funcionários.

"Usamos o know-how adquirido na década de 80, em que levamos professores até regiões distantes do país e do mundo", explica a assessora de comunicação, Anna Paula Costa. O grupo foi contratado por construtoras brasileiras que ergueram obras no norte do Brasil e em países como Iraque e Equador.

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