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Recado da horta: vem mais aumento aí

Se depender de alimentos como o tomate e a batata – protagonistas entre "tubérculos, raízes e legumes" no IPCA-15, grupo que subiu 6,56% em abril em Curitiba – a inflação dos próximos meses tende a ser ainda maior.

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Reajustes em itens de Habitação e Despesas Pessoais – principalmente serviços – contribuíram decisivamente para elevar a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15, considerado uma prévia do IPCA "cheio", que por sua vez é o balizador das metas de inflação do país.

Após uma taxa de 0,25% em março, o índice nacional registrou alta de 0,43% em abril, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE). No mesmo intervalo, a inflação da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) passou de 0,09% para 0,56%.

Apesar da aceleração vista na passagem de março para abril, o IPCA-15 nacional perdeu força no acumulado de 12 meses – indicador que sinaliza a trajetória de longo prazo da inflação. Até março, o acumulado era de 5,61%; neste mês, baixou a 5,61%, menor nível desde outubro de 2010.

Segundo o IBGE, dos nove grupos de despesas que integram o IPCA-15, seis apresentaram aceleração de março para a abril. São eles: Alimentação e Bebidas (de 0,22% para 0,31%); Vestuário (de 0,16% para 0,49%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,54% para 0,62%); e Comunicação (de -0,49% para 0,24%), além de Habitação e Despesas Pessoais.

No grupo Habitação, que passou de 0,44% em março para 0,75% em abril, a principal fonte de pressão veio de taxa de água e esgoto, que saltou de 0,19% para 1,60%. De acordo com o IBGE, a variação foi motivada pelos reajustes no serviço realizados em Brasília e em Curitiba. Aluguel residencial (de 0,45% para 0,82%), condomínio (de 0,48% para 1,01%), mão de obra (de 1,03% para 1,31%) e energia elétrica residencial (de 0,19% para 0,36%) também contribuíram para o crescimento da taxa média da Habitação.

O grupo de Despesas Pes­soais (de 0,60% para 1,43%) registrou aumentos importantes em itens ligados a serviços, como empregados domésticos (de 1,38% para 1,87%), ca­beleireiro (de 0,23% para 1,86%) e manicure (de 0,23% para 1,29%). O cigarro, incluído nessa categoria, passou de 0% para 5,56% entre março e abril.

Entre as 11 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, Curitiba apresentou o quarto maior índice. Segundo Sandro Silva, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PR), a taxa de 0,56% na RMC refletiu a aceleração dos preços nos grupos de Habitação e Despesas Pessoais, sobretudo nas taxas de água e esgoto (cuja inflação ficou em 13,22% no IPCA-15) e o cigarro (5,85%).

Outro item que vem pesando mês a mês na inflação da capital, diz o economista, é a alimentação fora de casa, que subiu 2,54% apenas neste ano. "O preço da alimentação fora de casa vem subindo sistematicamente acima da inflação em Curitiba e pesando no índice. Motivado pelo aumento do salário mínimo e o bom momento da economia, o segmento aproveita para aumentar o preço desses alimentos", afirma.

Fábio Tadeu Araújo, professor de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Pa­raná (PUCPR), também destaca outro reajuste que pesou na inflação curitibana: o da tarifa do transporte coletivo, que passou de R$ 2,50 para R$ 2,60 no início de março – parte de seu efeito foi "captada" apenas nesta medição do IPCA-15, que considera a variação dos preços entre meados de março e de abril. Para o economista, o índice de abril, embora superior ao de março, não preocupa. "O índice de março é que tinha ficado bem abaixo do que era esperado", argumenta.

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