
A forte concorrência do setor, com o avanço das grandes bandeiras internacionais, e a necessidade de ganhar escala estão levando redes de hotéis tradicionais do Paraná a reforçar a atuação em novos mercados para crescer. Apesar da crise econõmica e da redução dos níveis de ocupação, várias empresas estão colocando em prática planos de investimentos em 2009, com alvo principalmente nos mercados do Nordeste, o Centro-Oeste e o Mercosul.
A rede Bourbon de Hotéis, que nasceu em Londrina e hoje opera 11 unidades no São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro, pretende levar, ainda neste ano, sua bandeira para fora do Brasil, segundo o vice-presidente do grupo, Alceu Ântimo Vezozzo Filho. O interesse está em praças como Assunção, no Paraguai, Buenos Aires, na Argentina, e Cuba. Além disso, a rede tem planos de abrir hotéis em cidades como Manaus, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Avesso a números, Vezozzo Filho não revela quanto será investido na empreitada, mas acrescenta que o grupo também deve lançar ainda neste ano uma nova bandeira, que vai funcionar no modelo de franquias, voltada para o segmento econômico. O projeto piloto deve ser colocado em prática em Maringá. "Apesar da crise econômica ter tido reflexo no setor, ela não teve efeito generalizado, e acreditamos que haverá uma recuperação no segundo semestre", afirma.
"Sobrevivência"
Depois de inaugurar neste ano duas novas unidades em Guarulhos e Florianópolis a rede Slaviero, com 18 hotéis, prepara-se para lançar sua bandeira em mais três empreendimentos até o fim de 2009. Os recursos aplicados pela rede e por investidores nos projetos devem chegar a R$ 90 milhões em 2009. De acordo com José Ditzel Gobbo, diretor de desenvolvimento, a empresa pretende abrir hotéis São Paulo e no interior do Paraná e estuda ainda oportunidades no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. "Expandir a rede é hoje uma questão de sobrevivência para os hotéis. Além da economia de escala e da padronização dos serviços, é uma forma de a cadeia de hotéis se manter na rede de captação das agências de viagens", afirma.
Um hotel independente, salvo raras exceções, dificilmente vai entrar no circuito das agências, acrescenta o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) no Paraná, Antonio Azevedo.
Potencial
De acordo com o diretor-presidente da rede Deville, Jayme Canet Neto, esse é um dos motivos que levaram a rede a investir em expansão, mesmo com a queda nos índices de ocupação nos últimos meses. "O mercado hoteleiro só deve voltar ao normal em meados de 2010, mas trata-se de um setor com grande potencial de crescimento", afirma. Para 2009, estão programados investimentos de R$ 25 milhões, que devem ser usados na aquisição de um hotel no Nordeste. Se o negócio sair, a rede deve antecipar a meta de bater a marca de R$ 100 milhões em faturamento. A ideia era chegar a esse patamar somente dentro de quatro anos. Com dez hotéis, a Deville faturou R$ 76 milhões em 2009. Também no ano passado a empresa arrendou, por 15 anos, o antigo Hotel Rayon, em Curitiba. Entre os alvos de expansão da empresa estão os mercados de Belo Horizonte, Campo Grande e Rio de Janeiro, onde a empresa tenta a aprovação para a construção de uma nova unidade, no bairro de Botafogo.




