Há escassez de sucata de ferro no país, segundo o presidente do Instituto Aço Brasil (IABR), Marco Polo de Mello Lopes. A entidade pleiteia junto à Secretaria de Comércio Exterior (Secex) a taxação para exportação do produto e enfrenta contestação dos produtores, representados pelo Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa).
O IABR pede que o Brasil taxe exportações a países que hoje também adotam tarifas de exportação do insumo, matéria-prima para produção de aço em fornos elétricos. "Este é um mundo de alta competição, não faz sentido um tratamento de competição que não seja isonômico", afirmou Mello Lopes à Agência Estado.
Em seminário na manhã desta quarta-feira (23), o Inesfa apresentou os argumentos de defesa das empresas de sucata no processo. Segundo a entidade, são exportadas 30 mil toneladas de sucata de ferro por mês de uma produção mensal de 800 mil toneladas. O Inesfa contesta que haja escassez e afirma que exporta apenas o excedente não consumido pelas siderúrgicas nacionais.
Segundo Mello Lopes, as siderúrgicas nacionais consomem 10 milhões de toneladas de sucata no ano e isso não é suficiente para toda a produção de aço que usa essa matéria-prima. Ele afirma que hoje as fabricantes misturam sucata a 30% de ferro gusa e que os custos de produção do aço baixariam se houvesse mais oferta de sucata e o consumo de ferro gusa diminuísse.
O processo na Secex foi aberto em setembro do ano passado. Nesta quarta-feira, o Inesfa apresentou sua defesa e uma decisão é aguardada para fevereiro.
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