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A trajetória ascendente verificada nas principais praças financeiras internacionais contribui com o viés positivo dos pregões brasileiros neste início de tarde, apesar dos números desfavoráveis de inflação no atacado norte-americano. Após uma abertura mais negativa, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta, acompanhando os ganhos em Wall Street. Na área cambial, a melhora no exterior também sustenta a desvalorização do dólar. Os investidores também conheceram hoje a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Às 12h20, o Ibovespa subia 0,12%, aos 43.338 pontos. O volume financeiro era de R$ 1,28 bilhão. O dólar cedia 0,33%, a R$ 2,0900 na compra e R$ 2,0920 na venda.

Para o economista-chefe da UP Trend Consultoria Econômica, Jason Vieira, o clima nos negócios é "confuso". "Os dados nos Estados Unidos são preocupantes, mas o mercado parece tentar relativizar o peso disso", avaliou. Desde a forte queda do segmento acionário na China, no final de fevereiro (dia 27), a necessidade de uma correção mais forte sobre os preços dos ativos tem se mostrado presente, observou. A forte liquidez internacional impede, contudo, que esse ajuste seja completo, analisou.

Além disso, essa liquidez faz com que vários dados macroeconômicos sejam ora relativizados ora superlativizados, o que aumenta a volatilidade e deixa o mercado sensível, acrescentou Vieira, que também é responsável pela área de análise da Máxima DTVM.

Nesta quinta-feira, os agentes ignoraram a alta de 1,3% no índice de preços ao produtor dos Estados Unidos em fevereiro e a elevação de 0,4% no núcleo do indicador - que exclui alimentos e energia - divulgadas pelo Departamento do Trabalho norte-americano. Muitos economistas haviam previsto elevação de 0,5% a 0,6% para a taxa cheia da inflação no atacado e um acréscimo de 0,2% para o núcleo do índice. Os novos pedidos de seguro-desemprego naquele país, por sua vez, diminuíram em 12 mil na semana passada em relação à anterior, para 318 mil requerimentos.

A alta acima do esperado na inflação no atacado não chegou a estressar o mercado e as bolsas no exterior mantiveram o viés de alta, beneficiando as operações locais, reforçou o gerente de câmbio e sócio da Global Hedging, Rafael Savoia Simão.

Em Wall Street, o indicador acionário Dow Jones subia 0,3%, o eletrônico Nasdaq Composite ganhava 0,28% e o índice S e P 500 aumentava 0,44%. Na Europa, os principais mercados também trabalhavam no azul. O índice londrino FTSE-100, por exemplo, subia 1,7%. Na Ásia, o Nikkei 225 aumentou 1,10%.

De volta ao mercado brasileiro, os agentes também analisam nesta sessão a ata da última reunião do Copom, quando a taxa Selic foi reduzida de 13% para 12,75% ao ano. Em linhas gerais, o documento manteve o viés conservador, disse Vieira. Embora tenha feito uma avaliação mais positiva acerca do cenário internacional e do impacto da recente turbulência sobre os ativos locais, não trouxe muitas indicações de mudanças para o rumo dos juros daqui pra frente, sugerindo que os cortes de 0,25 ponto percentual devem continuar, acrescentou.

No noticiário corporativo, a Usiminas anunciou nesta quinta-feira uma ampliação de R$ 5,3 bilhões no seu plano de investimentos para o período entre 2005 e 2015. Até então, estavam programados desembolsos de R$ 3,1 bilhões, que agora saltaram para R$ 8,4 bilhões. As ações PNA da companhia subiam 2,10%, a R$ 89,20 na Bovespa, minutos atrás.

A Cyrela Brazil Realty, por sua vez, divulgou uma elevação de 89,6% no lucro líquido em 2006, para R$ 242,283 milhões, em relação a um ano antes. Ajustado pelas despesas com ofertas públicas de ações, o ganho aumentou 71,4%, somando R$ 263 milhões no período. A receita líquida ficou em R$ 1,1 bilhão, com alta de 62,1%. Os papéis ON da incorporadora avançavam 0,40%, a R$ 17,47.

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