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Dólar cai e vai a R$ 2,38 após BC ampliar atuação no câmbio

O dólar fechou em queda nesta quarta-feira, com o aumento da atuação do Banco Central no câmbio levando a cotação no mercado futuro a recuar abaixo de um nível técnico importante, desencadeando operações automáticas de venda da divisa norte-americana. O BC anunciou na terça-feira, após o dólar fechar acima de R$ 2,40 pela primeira vez em sete meses, o aumento da rolagem dos contratos de swap cambial, que equivalem a uma venda futura de dólar, que vencem em primeiro de outubro.

Na visão de analistas, a medida do BC deve evitar que a moeda continue subindo no mesmo ritmo das últimas semanas, mas não é suficiente para impor uma trajetória de queda mais consistente, já que incertezas eleitorais e internacionais devem continuar pesando sobre o mercado brasileiro.

O dólar encerrou nesta quarta-feira em queda de 0,98%, a R$ 2,3835 na venda. No mês, o dólar acumula alta de 6,45%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro do mercado à vista ficou em torno de 1 bilhão de dólares. "Está dado o recado: o BC não quer que o dólar suba mais", disse o tesoureiro-chefe do banco Daycoval, Gustavo Godoy, acrescentando que a moeda norte-americana deve continuar rondando o patamar de R$ 2,40, a menos que as pesquisas eleitorais surpreendam.

O BC vendeu nesta manhã a oferta ampliada de 15 mil swaps para rolar os contratos que vencem em 1º de outubro, mais que o dobro do volume que vinha colocando até então, de 6 mil swaps por dia. Ao todo, o BC já rolou o cerca de 64% do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares. Se mantiver a oferta de 15 mil contratos por dia até dia 29, e vender tudo, o BC rolará quase 100% do lote.

O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta quarta-feira (24), com a ampliação dos ganhos em Wall Street e de ações de varejo, em sessão também marcada por repercussão de pesquisas eleitorais e nova alta dos papéis da mineradora Vale. O Ibovespa interrompeu uma sequência de cinco baixas e fechou em alta de 0,5%, a 56.824 pontos, após gravitar entre a mínima de 55.933 e a máxima de 57.130 pontos.O volume financeiro do pregão somou R$ 6,2 bilhões, abaixo da média diária de setembro, de R$ 8,6 bilhões. "Acabamos acompanhando Nova York, mas foi um movimento sem fundamento", disse Frederico Ferreira Lukaisus, gerente de renda variável na Fator Corretora.

O dólar caiu quase 1% e foi a R$ 2,38 após o Banco Central (BC) ampliar atuação com a rolagem dos contratos de swap cambial, que equivalem a uma venda futura de dólar, que vencem em primeiro de outubro (leia ao lado).

Os índices de ações norte-americanos tiveram forte alta, com o Standard & Poor's 500 interrompendo uma sequência de três quedas e ficando acima de sua média de 14 dias, nível técnico importante que indica melhora no curto prazo. Na visão do gestor de recursos Joaquim Kokudai, da Effectus Investimentos, também não havia razão para o Ibovespa piorar mais, uma vez que a pesquisa Ibope manteve a indicação de empate técnico na simulação de segundo turno entre a presidente Dilma Rousseff e a candidata Marina Silva (PSB), ante temores de que Dilma passasse Marina. "Desde que Marina entrou na disputa, o Ibope mudou pouco... O mercado é que anda sensível", ponderou.

Pesquisa Ibope mostrou Dilma oscilando de 40% para 41% no segundo turno e empatando com Marina, que caiu de 43% para 41%. No levantamento do Vox Populi, também conhecido na terça-feira, a simulação de segundo turno mostrou que Dilma subiu a 46% (tinha 41%), enquanto Marina recuou a 39% (ante 42%). "A impressão é de que o mercado ignorou a pesquisa do Vox Populi", disse o gestor de uma administradora de recursos no Rio de Janeiro, que preferiu não ter o nome citado.

Em setembro, o Ibovespa acumula declínio de 7,3% até o fechamento desta quarta-feira. O foco agora volta-se para pesquisa Datafolha prevista para os próximos dias. Um novo levantamento do Vox Populi pode ser conhecido na quinta-feira.

Petrobras, que costuma reagir a especulações eleitorais, recuperou-se nesta sessão, embora ainda acumulem em setembro queda ao redor de 12 por cento. Itaú Unibanco e Bradesco também subiram.

Papel por papel

Banco do Brasil caiu após reportagem do jornal Valor Econômico de que o Fundo Soberano do país pode ter de vender ações do BB para ajudar o Tesouro Nacional. "Nós entendemos a notícia como marginalmente negativa para o BB, embora neste momento não é possível concluir que a venda será realizada no mercado aberto. Acreditamos que a opção mais provável seria o governo vender as ações ao BNDES, que não causaria qualquer pressão sobre as ações", disse o Credit Suisse em nota a clientes.

Vale também fechou no azul. Ações de varejo assumiram a dianteira do Ibovespa no final da sessão, após relatórios sobre o setor. O Credit Suisse afirmou que Lojas Renner deve continuar a entregar bons resultados e ganhar fatia de mercado, apesar do ambiente macroeconômico mais adverso.

O Deutsche Bank, após encontro com executivos da Natura e Hypermarcas, disse esperar que o crescimento do mercado chegará a taxas de quase 10%, uma vez que a atividade econômica desacelerou.

Na ponta negativa, figuraram ações de papel e celulose Fibria e Suzano, entre outras exportadoras, em sessão de queda do dólar frente ao real, após o Banco Central mostrar desconforto com a moeda alcançando R$ 2,40 ao elevar a oferta de swaps cambiais para rolagem de contratos.

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