Eles têm tempo de sobra, vão ao supermercado ao menos uma vez por semana, consideram o ato de ir às compras uma atividade de lazer e gostam de pagar à vista, em dinheiro. E mais: injetam R$ 150 milhões por ano na economia brasileira, conforme pesquisa da consultoria GFK Indicator. Ainda assim, os consumidores de terceira idade parecem passar despercebidos aos olhos das redes de varejo, que não traçam uma estratégia diferenciada para atrair este público.
Com o objetivo de conhecê-los melhor, o Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Canal Varejo acabam de concluir a pesquisa Perfil e Hábitos de Consumo na Terceira Idade, que ouviu 250 paulistanos de mais de 60 anos de 5 regiões da cidade. O estudo, segundo o coordenador geral do Provar, Claudio Felisoni, reflete um comportamento nacional.
"A população de idosos no Brasil é hoje de 16 milhões, o dobro do que há duas décadas. A expectativa de vida também subiu, de 62 anos na década de 80, para 71 anos, hoje. Conhecer as necessidades deste público é fundamental para uma iniciativa mercadológica eficaz", analisa.
Um dos pontos que chamaram a atenção do pesquisador da Fia foi o fato de mais da metade (54%) dos entrevistados admitir experimentar novas marcas, desmentindo a crença de que o consumidor idoso é conservador. Grande parte (20%), segundo a pesquisa, associa as compras a uma atividade de lazer.
A paulista de nascença e curitibana de coração, Esmeralda Fernandes, de 77 anos, tem comportamento semelhante ao da maioria dos idosos ouvidos pela Fia. Como não gosta de carregar muito peso faz as compras à pé. Ela vai, no mínimo, uma vez por semana ao supermercado, e gasta até R$ 500 por mês. O dinheiro é a forma de pagamento usado para as compras, apesar de dona Esmeralda ter conta em banco, cartão de débito, crédito e talão de cheques. "Sempre pago em dinheiro", diz. Localização e preço, são, portanto, as principais qualidades que dona Esmeralda procura em um supermercado. Tanto que há mais de 30 anos ela faz as compras no mesmo estabelecimento, que já trocou de bandeira por quatro vezes.
Quem também visita o mercado com freqüência é a aposentada Zelinda Malucelli. Aos 69 anos e administrando uma renda de mais de 10 salários mínimos, ela é a responsável por todas as compras da casa. Mora apenas com o marido, também aposentado, mas mantém a geladeira sempre cheia para receber os cinco filhos e nove netos que costumam visitar o casal.
O coordenador Claudio Felisoni avalia ainda que os negócios pela internet para o público idoso são um mercado a ser explorado. A pesquisa concluiu que a maioria não usa internet (92%) e não tem computador (88%). "Com um pouco de tempo este pode ser um canal muito interessante e com enorme potencial para crescer no país."
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