A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), usada principalmente para o cálculo do reajuste dos aluguéis, desacelerou levemente. O indicador subiu 0,50% em novembro, após avançar 0,53% em outubro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, reiterou ontem que são grandes as chances de o índice encerrar 2011 com uma taxa abaixo da marca de 6%.
Segundo ele, com o comportamento recente de desaceleração da taxa acumulada em 12 meses, a tendência do indicador da FGV é manter este ritmo, salvo alguma interferência extraordinária e suficientemente capaz de mudar a trajetória do índice. Se confirmada a estimativa de Quadros, o IGP-M atingiria um resultado equivalente a pouco mais da metade do verificado em 2010, quando a taxa acumulada bateu em 11,32% e representou o maior resultado anual desde 2004 (12,41%).
"A chance de ter uma taxa abaixo de 6% é muito grande", comentou Quadros, acrescentando que as condições internacionais e o desaquecimento da economia nacional favorecem a continuidade de um ciclo de desaceleração que vem sendo observado na taxa de 12 meses no segundo semestre de 2011. "O resultado pode ficar perto da metade do que foi no ano passado", destacou, complementando que, até mesmo nos primeiros meses de 2012, há uma tendência inicial de continuidade de uma taxa acumulada menos pressionada.
Acumulado
O IGP-M acumulado em 12 meses vem caindo desde julho, mas a redução foi mais acentuada em novembro. O segredo foi o resultado deste mês o avanço de 0,50% nos preços registrado pela FGV foi muito menor que o observado em novembro de 2010, quando houve um aumento de 1,45%. Na época, lembra Quadros, os preços das commodities agrícolas estavam bastante pressionados no mercado internacional.
Para o coordenador da FGV, não há, no momento, conforme os mais recentes levantamentos, grandes candidatos para atrapalhar o cenário de taxas menos intensas do IGP-M. Com isso, ele disse acreditar ser pouco provável que o taxa de dezembro seja muito mais forte que a de 0,69%, vista no último mês de 2010. "Mesmo que tenhamos algum fator a mais o fim de ano sempre tem alguma possível pressão de sazonalidade , não há nada que reaproxime [o IGP-M] do cenário do ano passado", avaliou.



