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O complexo industrial do extinto Cortume Curitiba vai a leilão público na tarde do próximo dia 27. As instalações de mais de 28 mil metros quadrados em terreno de 242 mil metros quadrados na Cidade Industrial de Curitiba foram o que sobrou daquele que já foi considerado a quinta maior empresa do ramo em todo o mundo. O imóvel está avaliado em R$ 11.221.246 e já tem pelo menos dois interessados: a Sul Defensivos Agrícolas, que hoje aluga o imóvel, e a Transportes Dalçoquio. As empresas participaram, no ano passado, de um processo de venda direcionada, que acabou sendo cancelado. Os valores propostos, no entanto, eram superiores ao valor de avaliação do imóvel, revela o síndico da massa falida, Brazílio Bacellar Neto.

O leilão foi determinado pela juíza da 2.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Se concretizado, pode dar fim a uma novela que se estende desde 1995, quando a S.A. Cortume Curitiba solicitou sua falência. Em 2000, todo o maquinário foi vendido, também através de leilão, para empresas do ramo do couro no país.

O valor arrecadado, no entanto, não foi suficiente para cobrir todas as dívidas da empresa com trabalhadores, credores e o fisco municipal, estadual e federal. Em 1999, por exemplo, o Banco do Brasil – um dos credores – conseguiu na Justiça o direito de ser o primeiro a receber seus créditos da empresa falida, assim que ela conseguisse o dinheiro.

Desta vez, os R$ 11,2 milhões que podem ser levantados em leilão também não serão suficientes para cobrir os mais de R$ 42 milhões devidos pela massa falida. Numa atualização feita em meados do ano passado, os débitos trabalhistas ultrapassavam R$ 8 milhões e as restituições aos bancos, referentes a antecipação de câmbio, ficavam em cerca de R$ 15 milhões. Além disso, o passivo fiscal, em valores não atualizados, está na casa dos R$ 28 milhões. "Sem sombra de dúvida os valores serão insuficientes para cobrir todos os credores", afirma o advogado Brazílio Bacellar Neto. Sobram ainda as dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo o síndico da massa falida, a avaliação preliminar do patrimônio da empresa na época da falência era de US$ 32 milhões (cerca de R$ 67 milhões). "Mas depois que desmantela não vale mais nada, deixa de ser algo produtivo", diz Bacellar Neto. Segundo o leiloeiro Jorge Nogari, uma tentativa de leiloar o imóvel já foi feita, em 2000, juntamente com a venda do maquinário. "O câmbio estava desfavorável para a exportação, e aí os curtumes não se interessaram por tudo. Aí vendeu-se só o maquinário mesmo", afirma.

Se o leilão for bem sucedido no próximo dia 27, o valor arrecadado deve pagar parte da dívida. Não havendo mais bens dos antigos controladores que possam ser usados para quitar dívidas, o processo de falência será encerrado.

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