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Para evitar grandes impactos sobre o mercado energético brasileiro, a ideia é que o Paraguai comece ofertando apenas uma pequena parcela de seu excedente – em torno de 10% – no mercado livre. Essa fração seria elevada ao longo do tempo. Não está claro, no entanto, como será feito o abatimento da parte paraguaia da dívida de Itaipu. Como o Brasil arcou com todo o custo da construção, atualmente o país retém a maior parte da tarifa que a Eletrobrás paga ao Paraguai.

Das 64 distribuidoras de energia do Brasil, 31 são obrigadas a comprar, da Eletrobrás, cotas da energia da hidrelétrica. Essas companhias fazem parte do mercado regulado, também chamado de "cativo", que atende a todos os consumidores residenciais do país, e a parte do comércio e da indústria. Se uma fração da eletricidade "paraguaia" de Itaipu puder migrar do cativo para o livre, a tendência é de queda nos preços do livre e de aumento dos custos do cativo.

A tarifa do mercado regulado também deve ficar mais cara em razão do reajuste do valor do "direito de cessão" – que pode elevar a tarifa de Itaipu em até 12,4%, para perto de US$ 51. Nesse caso, cada concessionária brasileira será afetada conforme sua dependência da energia gerada pela usina. Cerca de 12% da energia fornecida pela estatal paranaense Copel, por exemplo, vem de Itaipu, o que significa que seus custos podem subir perto de 1%. Algumas concessionárias, no entanto, têm 25% de energia de Itaipu em suas carteiras e, por isso, tendem a sofrer impacto dobrado.

"Sem aumento"

Em Assunção, o assessor da Presidência Marco Aurélio Garcia criticou as pessoas que estão "prevendo aumento nos custos com a energia", que, segundo ele, "querem sabotar o acordo". Garcia deu a entender que o governo vai absorver o aumento da tarifa com redução de impostos sobre eletricidade ou mesmo com um aporte do Tesouro Nacional. "Haverá uma solução para evitar o aumento de energia, não se preocupe", disse ele ao jornal Valor Econômico.

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