• Carregando...
Sérgio Antônio Reze, presidente da Fenabrave, na abertura do congresso promovido pela entidade em Curitiba | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Sérgio Antônio Reze, presidente da Fenabrave, na abertura do congresso promovido pela entidade em Curitiba| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

As entidades ligadas ao setor automotivo reagiram com veemência contra rumores de que alguns estados pretendem engordar suas receitas subindo em até cinco pontos porcentuais a atual alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) sobre a venda de veículos automotores. Durante a cerimônia de abertura do 18º Congresso da Federação Nacional da Distribuição dos Veículos Automotores (Fenabrave), na última sexta-feira, em Curitiba, o presidente da entidade, Sérgio Antônio Reze, pediu às lideranças do setor para que reajam contra o que classificou de "mudança das regras do jogo".

"Não podemos aceitar essa besteira, essa bobagem. [Se subirem o imposto] vão matar a galinha dos ovos de ouro para tirar o estômago dela, que não vale nada", disse Reze. Segundo o dirigente, cada ponto porcentual de aumento na carga tributária refletiria de forma inversamente proporcional no volume de vendas de veículos.

Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, se adotada, a medida indicaria falta de transparência e seriedade, afugentando novos investimentos da indústria automobilística no país. Para os próximos três anos, a previsão é de que o setor invista US$ 25 bilhões no Brasil. "É preciso agir firme para deixar bem claro: não se mudam as regras durante o jogo. Principalmente em um setor que responde por 1,5 milhão de empregos", ressaltou Schneider.

O vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti, garantiu no evento que não há no Paraná nenhuma articulação visando o aumento de impostos. "A política tributária e fiscal no estado é a de fazer com que a economia possa crescer e prosperar com a redução da carga tributária e aumento da arrecadação", assegurou Pessuti. O vice-governador anunciou que o governo estuda formas de reduzir impostos sobre alguns bens de consumo duráveis – como televisores e microondas – adquiridos em parcelamentos que comprometem boa parte do salário de faixas da população.

Apetite fiscal

De olho nos recordes sucessivos de vendas do setor, os estados querem aumentar a arrecadação do ICMS para os índices de 1993 – ano em que os governos reduziram a alíquota de 17% para 12% com o objetivo de incentivar a indústria automobilística. A proposta de elevação será levada à próxima reunião do Conselho de Política Fazendária (Confaz), prevista para setembro. O assunto já está em análise na comissão técnica do colegiado, formado por todos os secretários estaduais de Fazenda e representantes do governo federal.

IOF

Os defensores da medida alegam que o aumento da carga pode ajudar o governo federal no esforço de conter o aumento da demanda. Preocupado com um eventual aquecimento excessivo no setor, o Ministério da Fazenda estuda tributar de IOF as operações de leasing para veículos. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, já disse ser ser contrário às medidas. "Nós precisamos parar com esta brincadeira de subir e baixar imposto no país. Quando está vendendo, aumenta imposto, quando não está vendendo, reduz imposto. Isto não é fazer política de maneira correta. Isso se chama oportunismo", criticou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]