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Além do aumento nos juros, o crescimento do endividamento é a grande preocupação das redes de varejo, que estão mais seletivas na concessão do crédito para financiamento. "Estamos mais cautelosos", admite Eduardo Balaroti, diretor de marketing e vendas da rede de materiais de construção Balaroti. A inadimplência na cadeia de lojas, que já foi de 0,5% – para contas com atraso superior a 90 dias – hoje está em 1%. De acordo com Balaroti, a rede tem buscado mais informações sobre as dívidas do cliente com outras compras. "Estamos cruzando dados para evitar que a inadimplência cresça", afirma.

Um gerente de loja da rede Ponto Frio, que preferiu não se identificar, confirma a tendência. "Nos últimos seis meses, endurecemos o crédito. Incluímos mais critérios, entre eles, o histórico do cliente", diz ele, que faz questão de ressaltar, no entanto, que o formato não é rígido. "Se o cliente tem uma renda familiar de R$ 1 mil e faz uma compra de R$ 400 ou R$ 500, mas tem um histórico de compras parecidas e de quitação sem inadimplência, então o crédito é concedido", diz.

Segundo o diretor comercial para a Região Sul da Leroy Merlin, Marcos Lima, a possibilidade de aumento no número de atrasos nos pagamentos é a principal preocupação do segundo semestre de 2008. "Com a ampliação dos prazos, a taxa de risco também aumenta". De acordo com dados da Serasa, a inadimplência dos consumidores brasileiros aumentou 6,9% entre janeiro e julho deste ano ante o mesmo intervalo de 2007. Considerando o indicador apenas de julho, houve alta de 11,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. No confronto com junho deste ano, a Serasa diz que os atrasos dos pagamentos de compromissos aumentaram 6,7%.

Na rede MM Mercado Móveis, o porcentual de contas com atrasos superiores a 90 dias subiu de 6% para 8% desde o ano passado, o que levou a empresa a ficar mais atenta ao indicador. "A inadimplência está dentro dos níveis aceitáveis, mas não há dúvida de que o consumidor está mais endividado e compromete sua renda hoje também com outras prestações, como da casa, do carro, do celular. Na hora de decidir parar de pagar, ele geralmente opta pelas parcelas de produtos eletrodométicos e móveis", afirma Marcio Pauliki, superintendente. De acordo com ele, de cada dez pedidos de financiamento de compras na MM Mercado Móveis, dois são negados por conta de restrições ao crédito no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e no Seproc.

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