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Apesar das medidas adotadas pelo governo para reaquecer a indústria, o quadro de contração do setor continua se agravando. Segundo divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial caiu 4,3% em maio ante o mesmo mês de 2011, maior queda desde setembro de 2009.

Foi a nona retração seguida nesse tipo de comparação. Com isso, a produção acumulada nos primeiros cinco meses de 2012 foi 3,4% menor que a registrada do mesmo período do ano passado.

Diante desse desempenho decepcionante, economistas já falam em estagnação ou mesmo retração do setor em 2012. A consultoria LCA, que antes previa crescimento de 0,7% neste ano para a indústria, prevê agora que ela vai ficar estacionada. A corretora Votorantim projeta queda de 1%. Em 2011 o setor já tinha apresentado alta de apenas 0,3%.

"Em 2011, a indústria passou por uma estagnação devido à forte concorrência com os produtos importados. Agora, vive uma retração devido a uma crise de investimentos", diz Julio de Almeida, consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Menos investimento

A retração da indústria nos primeiros cinco meses de 2012 é puxada principalmente pela queda de 12% na produção de bens de capital, que incluem máquinas e equipamentos de transporte. Essa queda é reflexo direto da redução dos investimentos de empresários, que estão mais cautelosos diante de uma demanda doméstica mais fraca e de um cenário externo incerto.

Desde agosto de 2011, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% ao ano para 8,5%. Além disso, o governo anunciou nos últimos meses a redução dos juros de algumas linhas de investimento do BNDES e, na semana passada, baixou a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), o que reduz ainda mais os juros cobrados no banco. Mas isso não foi capaz de impulsionar os investimentos, que devem continuar fracos, segundo analistas.

"Os juros estão historicamente baixos, mas isso não é capaz de estimular o investimento porque o empresário não vê um crescimento forte de consumo à frente", diz o economista Newton Rosa, da SulAmérica Investimentos.

Também tem forte queda no ano a produção de bens de bens de consumo duráveis (-10%), cuja retração foi puxada pela fabricação menor de itens como automóveis e celulares. Segundo economistas, a demanda por esses itens foi afetada pela expansão menor do crédito devido à alta da inadimplência.

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