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Cerca de 40% dos 70 indicadores econômicos usados para aferir o índice de difusão de atividade indicam crescimento próximo de zero, segundo o Itaú | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Cerca de 40% dos 70 indicadores econômicos usados para aferir o índice de difusão de atividade indicam crescimento próximo de zero, segundo o Itaú| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Copa contrata pouco

O país não enfrenta uma onda de demissões, mas também não ocorrem contratações. A situação surpreende ainda mais às vésperas do início da Copa do Mundo, em que eram esperados aumentos de quadros de funcionários, principalmente nas áreas de hotelaria e turismo. Mesmo o índice de desemprego, de 4,9%, divulgado pelo IBGE, tem análise semelhante do Itaú Unibanco. "Tem menos gente buscando emprego e as causas são as mais diversas. Pode ser por uma questão de renda ou também de desistência do mercado", pondera o economista-chefe da instituição, Ilan Goldfajn.

Apesar de o cenário internacional ser favorável aos países emergentes, com juros baixos e bom fluxo estrangeiro de investimento, o Brasil não vai conseguir crescer como o esperado pelo governo federal. Na análise da equipe econômica do Itaú Unibanco, o maior banco privado do país, o PIB brasileiro ficará em 1,4% em 2014, contra os 2,3% previstos pelo Ministério da Fazenda, e mais baixo ainda do que a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), cravado em 1,8% na última revisão. A trilha de recuperação é melhor na América Latina.

INFOGRÁFICO: Veja a análise de crescimento do cenário econômico brasileiro

Para o economista-chefe da instituição, Ilan Goldfajn, a avaliação dos indicadores mostra um clima de incerteza e compasso de espera na economia brasileira. No cenário atual, será mais difícil controlar a inflação e estimular o crescimento. "São necessários alguns ajustes, como readequação de preços controlados, para manter o grau de investimento e garantir um crescimento baixo, estabilizar o câmbio e controlar a inflação dentro da meta", diz.

Goldfajn e o economista Caio Megale apresentaram os dados da análise do Itaú Unibanco durante a 20.ª edição do Macroeconomia em Pauta, em São Paulo. O estudo do banco mostra ainda um crescimento fraco do PIB no primeiro trimestre de 2014, de 0,3%, em relação ao trimestre anterior. "Muito desse desempenho ainda fica por conta do agronegócio, que deve registrar alta de 4,2% neste período, apesar das condições climáticas desfavoráveis e da quebra de algumas safras", avalia Megale.

Outro indicativo de incerteza é o índice de difusão de atividade, formado a partir da avaliação de quase 70 indicadores econômicos diferentes, feito pela equipe do banco. "Nesta avaliação, quase 40% dos dados indicam crescimento do país próximo de zero", diz Megale. Quedas nas vendas no varejo e na produção industrial são outros índices que demonstram o nível baixo de atividade econômica.

Emprego

O mercado de trabalho e o índice de desemprego estão alinhados com essa condição. A geração de 105 mil postos de trabalho em abril, de acordo com o Caged, mostra uma queda incomum para o mês, período em que, historicamente, há aumento de vagas. Com ajuste sazonal, o dado representa uma queda de 33 mil postos na geração líquida de empregos.

Repórter viajou a convite do Itaú.

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