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Bolsa de Mumbai: expansão indiana não evitou fuga de investidor estrangeiro |
Bolsa de Mumbai: expansão indiana não evitou fuga de investidor estrangeiro| Foto:

Ignorando a crise de crédito em todo o mundo e o alto preço do petróleo, a economia indiana deve crescer 8% ao ano, transformando-se numa potência industrial apta a competir com a China. É o que prevê o governo da Índia, que na semana passada classificou como "perfeitamente viável" um crescimento anual de 10%, "à chinesa". "Pode parecer ambicioso demais com a desaceleração econômica mundial, mas é alcançável a médio prazo", diz Montek Singh Ahluwalia, do comitê de planejamento da Índia.

O comitê elaborou um plano para que haja um "engajamento com os dez setores de maior crescimento" na indústria e, com isso, avista uma enorme mudança na economia. Prevê a geração de 58 milhões de empregos nos próximos cinco anos, mas nenhum deles no vasto e improdutivo setor agrário. Nos últimos cinco anos, mais de 9 milhões de empregos foram criados na agricultura, mas a produtividade do arroz indiano continuou abaixo da metade da média mundial. Economistas apregoam há tempos que, se a Índia quiser imitar a explosão de crescimento econômico chinês, deve aumentar, e muito, suas bases industriais.

Na China, o crescimento industrial forçou milhares de pessoas a abandonar os campos para trabalhar na indústria. Mas esse processo não ocorreu na Índia, onde o crescimento foi e é alimentado por setores de capital intensivo, como o de tecnologia da informação. Apesar do sucesso estrondoso, as empresas indianas de software empregam menos de dois milhões de pessoas, enquanto a mão-de-obra do país é estimada em mais de 470 milhões de trabalhadores.

No entanto, o comitê de planejamento afirma que, nos próximos cinco anos, a maioria dos novos postos de trabalho deverá ser aberta em fábricas, construções, restaurantes, varejo e armazéns. As estrelas desse movimento devem ser as indústrias automobilística, têxtil e de hardware. Muitos comentaristas crêem que o país está prestes a dar uma guinada. "O aumento dos custos trabalhistas e os problemas ambientais na China forçarão a produção industrial a migrar para a Índia", diz Niranjan Rajadhyaksha, uma colunista do diário de negócios Mint.

Apesar desse otimismo, os estrangeiros que investiam nas bolsas indianas resolveram retirar seus investimentos do país, culpando a recessão econômica mundial pela decisão. E há quem se mostre cético em relação a mudanças drásticas no perfil econômico do país. "Há uma enorme dificuldade de se ter uma fábrica que trabalhe no mesmo ritmo frenético e com custos tão baixos de mão-de-obra como na China. Sessenta por cento dos indianos dependem da agricultura e eu não imagino que isso venha a mudar", diz Mohan Guruswamy, do Centro de Políticas Alternativas.

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