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A indústria de transformação brasileira voltou a acumular estoques. Segundo a Sondagem Industrial do segundo trimestre de 2006, divulgada nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador de evolução dos estoques subiu de 49,9 pontos nos primeiros três meses do ano para 52,3 pontos no segundo trimestre. O índice varia de zero a 100 pontos. Valores superiores a 50 pontos indicam crescimento e, abaixo de 50 pontos, queda. "O alto nível dos estoques de produtos finais apresenta-se como um entrave para a aceleração da recuperação no segundo semestre do ano", diz o estudo.

A pesquisa revela que, na avaliação dos empresários, a recuperação da atividade ainda está abaixo das expectativas e não é intensa o suficiente para alcançar toda a indústria. O indicador de evolução da produção do segundo trimestre de 2006 foi de 48,2 pontos, o que indica uma ligeira queda no ritmo da produção industrial em relação ao primeiro trimestre do ano. De acordo com o estudo, a retração da atividade industrial foi determinada pelo fraco desempenho das pequenas e médias empresas.

Entre os 26 setores pesquisados, em apenas cinco – álcool, farmacêutico, máquinas e materiais elétricos, outros equipamentos de transporte e refino de petróleo – houve aumento da produção.

O faturamento da indústria também recuou ligeiramente no segundo trimestre de 2006, em relação ao primeiro trimestre, ficando em 48,7 pontos. Esse foi o sexto trimestre consecutivo em que o indicador ficou abaixo de 50 pontos. O indicador mostra um forte contraste entre a situação das pequenas e médias empresas e das de grande porte. Enquanto as grandes empresas registraram aumento no faturamento no segundo trimestre em relação ao primeiro, as de pequeno e médio porte registraram queda.

O estudo revela ainda que o indicador de evolução do emprego industrial, que ficou em 48,5 pontos, se mantém constante entre as grandes empresas, mas cai entre as pequenas e médias. O número de empregados aumentou nos setores de álcool, farmacêutico, outros equipamentos de transportes, máquinas e materiais elétricos e equipamentos hospitalares e de precisão. A Sondagem Industrial aponta que o nível de utilização da capacidade instalada também se manteve estável em 71% no segundo trimestres de 2006.

Na pesquisa, os empresários apontam a elevada carga tributária como o maior problema para a atividade industrial. A dificuldade foi apontada por 68% das pequenas e médias empresas e 65% das grandes. A taxa de juros, que por muito tempo foi o segundo maior problema dos empresários, é agora o quarto obstáculo. Nas grandes empresas, a taxa de câmbio e a competição acirrada de mercado são dificuldades maiores que os juros altos. Para as pequenas e médias empresas, a competição acirrada é o segundo maior problema. A falta de demanda e de capital de giro também estão entre os principais problemas apontados por essas indústrias.

Com relação às expectativas para os próximos seis meses, o estudo mostra um otimismo crescente dos empresários sobre a evolução do faturamento, registrando 57,9 pontos. O indicador aumentou pela terceira vez consecutiva.

O indicador de expectativas de compras de matérias-primas para os próximos seis meses passou de 54 para 55,2 pontos, indicando que as compras de matérias-primas devem aumentar no segundo semestre do ano.

A Sondagem Industrial ouviu 1.188 pequenas e médias empresas e 199 grandes empresas no período de 3 de julho a 19 de julho. A informação é do site da CNI.

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