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Mercado

Indústria de borracha enfrenta crise

Concorrência com países asiáticos tem desestimulado o trabalhador rural e feito preço internacional do material despencar

Produtor rural trabalha em seringueira em Indianópolis, no Noroeste do Paraná | Ivan Amorim/ Gazeta do Povo
Produtor rural trabalha em seringueira em Indianópolis, no Noroeste do Paraná (Foto: Ivan Amorim/ Gazeta do Povo)

A estratégia de alguns países asiáticos de aumentar a plantação de seringueiras acima do previsto, aliada à lenta recuperação das economias americanas e europeias, pôs a indústria brasileira de borracha (produção e beneficiamento) sob forte risco de colapso. Com uma superoferta do produto no mercado mundial – só em 2013, sobraram 700 toneladas –, o preço internacional despencou 42%.

Segundo a Associação Brasileira de Produtores e Beneficiadores de Borracha Natural (Abrabor), além de não remunerar a atividade econômica, esse valor tem desestimulado o trabalhador rural. Para evitar que os problemas se propaguem e interrompam esse novo ciclo da borracha no Brasil, a entidade se reúne hoje com o ministro da Agricultura Neri Gueller para pedir apoio do governo para o setor.

Uma das propostas a ser apresentada seria adotar medidas para equalizar o preço interno, seja por meio de aumento de alíquota de importação, desoneração tributária da indústria de pneus ou taxa de equalização. Segundo o diretor executivo da Abrabor, Fernando do Val Guerra, considerando o faturamento da indústria de pneus em torno de R$ 10,9 bilhões e IPI de R$ 1,5 bilhão, a redução da alíquota seria suficiente para manter a sustentabilidade do setor produtivo da borracha natural.

Hoje o quilo do coágulo retirado das árvores está entre R$ 1,50 e R$ 1,69, variando conforme o custo do frete. Depois de beneficiado, o valor sobe para R$ 4,43. A equalização que os produtores reivindicam é para chegar a R$ 6,3 o quilo, valor já praticado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seus leilões.

Importador

Hoje, o Brasil produz um terço de tudo que consome. O resto é importado de países como Tailândia, Indonésia, Malásia e Vietnã, os maiores produtores mundiais.

Segundo o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Paulo de Souza Gonçalves, o baixo preço provocado pela superoferta do mercado mundial já tem reflexos nas contas de várias usinas do setor, que estão no vermelho.

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