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A retração da atividade industrial no Paraná, de 1,2% no mês de julho, anunciada anteontem, também se refletiu na diminuição do quadro de funcionários, que caiu 1,1% no mês, na comparação com junho deste ano. A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coloca o estado entre as principais forças negativas do país, atrás do Rio Grande do Sul, onde o número de empregados na indústria caiu 8,6%, afetado principalmente pela crise do setor de calçados e couro. No Paraná, quem mais sofreu no mês foram os empregados de fabricantes de artigos de madeira. O número de empregados caiu 9,2% em relação a julho de 2005.

A crise do setor de madeira teve reflexos em demissões. As fabricantes de papel de embalagem, chapas de madeira e madeira serrada tiveram redução de 30% no número de empregados, resultado da retração de 20% influenciada pela queda do dólar. "Hoje as empresas já estão sacrificando suas florestas próprias porque não podem comprar madeira de outros", reclama o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Roberto Gava.

No semestre, a indústria do Paraná ficou com número de empregados 5% menor, enquanto a média nacional foi de apenas -0,1% de perdas.

Para quem manteve o emprego, o salário médio ficou menor. De acordo com a pesquisa do IBGE, o valor real da folha de pagamentos caiu 5,1%, enquanto na média nacional o valor cresceu 0,9%.

Em relação a julho de 2005, a pesquisa mostra retração da folha de pagamento real de 2,9%, influenciado pelos segmentos de alimentos e bebidas (-9,8%) e madeira (-15,4%).

Outra pesquisa, divulgada na semana passada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), é um pouco mais otimista. Entre as 830 empresas ouvidas no estado, o emprego caiu só 0,15% em julho, com maior queda entre os segmentos têxtil, de couro, peles e material plástico.

"O inverno quente prejudicou as confecções, principalmente no Norte do estado", diz o presidente do sindicato da região de Curitiba, Ardisson Akel. No Sudoeste, o primeiro semestre trouxe a preocupação com o volume de importação de roupas. "Dois diretores do sindicato regional acabam de voltar de viagem à China e Índia para analisar esses mercados, que representam uma ameaça", revela o presidente do Sinvespar, Édson Campagnolo. Segundo ele, a expectativa de melhora com o fim do ano e a organização das empresas para promover o segmento de moda masculina impediram demissões ainda maiores, com exceção das pequenas empresas.

De acordo com o departamento econômico da Fiep, outra dificuldade do setor do vestuário é o dólar baixo, que dificulta as exportações de seda e já provocou o fim da produção em algumas empresas. As fabricantes de produtos em couro e peles também demitiram.

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