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Conjuntura

Indústria do Paraná reduz nível de produção pelo sétimo mês

Já virou rotina: pelo sétimo mês consecutivo, o nível da produção industrial caiu no Paraná. Em janeiro, as indústrias do estado produziram 5,3% menos que em igual período do ano passado, de acordo com a pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho foi o pior entre as 14 regiões pesquisadas pelo instituto – apenas o Rio Grande do Sul também registrou decréscimo no nível de produção, de 2%. Na média nacional, houve crescimento de 3,2%.

No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro, a produção paranaense ficou praticamente estável, registrando ligeiro crescimento de 0,1% – no Brasil, houve avanço de 2,9% nessa comparação. Os números do IBGE também mostram que o setor industrial do Paraná está perdendo ritmo a cada mês, uma vez que o resultado acumulado em 12 meses era melhor em dezembro (+1,3%) e novembro (+2,5%).

O professor Christian Luiz da Silva, coordenador do Núcleo de Pesquisas da Unifae, explica que os números de janeiro são apenas o reflexo de um cenário que já vinha afetando o estado desde meados do ano passado. "A agroindústria vem sendo prejudicada pelos baixos preços das principais commodities, que reduziram a rentabilidade da produção." De acordo com o economista André Macedo, da coordenação de indústria do IBGE, produtos feitos a partir de soja – principal commodity do estado – foram os principais responsáveis pela queda de 2,3% na produção de alimentos em janeiro. Em 12 meses, esse segmento já acumula uma retração de 4,1%.

Além de alimentos, outras seis atividades entre as 14 pesquisadas pelo IBGE no Paraná registraram queda em janeiro em relação ao mesmo período de 2005. O maior impacto negativo veio dos segmentos de veículos automotores, cuja produção recuou 33,7%, edição e impressão (-20,6%) e madeira (-9,7%). Enquanto o mau desempenho dos veículos foi atribuído a um fator pontual – segundo o IBGE, as férias concedidas a parte dos funcionários de uma fabricante de bombas injetoras –, alguns segmentos exibem problemas que já podem ser considerados estruturais.

É o caso das indústrias madeireiras, diz o professor Christian Luiz da Silva. "A queda do dólar reduziu a competitividade do produto brasileiro lá fora, uma vez que a principal vantagem dos compensados daqui era o baixo preço. O problema é que o setor precisa encontrar outras vantagens competitivas que não o preço. Mesmo que haja uma valorização do dólar mais para a frente, as indústrias não vão conseguir se manter apenas com essa estratégia."

Os setores de celulose e papel – que apresentou aumento de 15,9% na produção em janeiro – e de máquinas e equipamentos (+8,5%) amenizaram a queda na indústria em geral. Segundo o IBGE, o aumento da fabricação de papel cartão e cartolinas e a maior produção de máquinas para fabricar pasta de celulose foram os responsáveis pelo bom desempenho desses setores.

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