Estabilidade
Em 2013, as exportações do Paraná devem se manter nos "patamares elevados" alcançados nos últimos dois anos, na avaliação da secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. Dito de outra forma, dificilmente os embarques do estado que subiram só 2% em 2012, após dois anos crescendo mais de 20% terão forte crescimento neste ano.
Depois de vários anos perdendo espaço na pauta paranaense, as exportações da indústria do estado ganharam um pequeno alento no mês passado. As vendas externas de produtos manufaturados industrializados de maior valor agregado - foram as únicas a crescer no início do ano, com embarques US$ 489 milhões, 5% a mais que em janeiro de 2012. Pressionado pela retração em semimanufaturados e produtos básicos, o total exportado pelo estado caiu 14% no mês.
O avanço dos industrializados foi destacado pela secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo. Ela estará hoje em Curitiba, na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), onde falará sobre as perspectivas do comércio internacional.
Não está claro o porquê da reação dos manufaturados. Fazendo a ressalva de que o número de janeiro refere-se a um período de tempo muito limitado, a secretária afirmou que uma das explicações possíveis está no Reintegra, regime tributário que "devolve" às exportadoras 3% do valor embarcado.
"O câmbio também influencia, mas afeta os setores de maneiras distintas, uma vez que muitas empresas importam parte dos componentes para depois exportar o produto acabado", disse Tatiana, referindo-se ao avanço da cotação do dólar que no mês passado esteve em média 13% mais alta que um ano antes.
Fatia menor
Em janeiro, os manufaturados responderam por metade das exportações do Paraná, fração bem superior à de igual período de 2012 (41%). No início do ano a participação da indústria geralmente é elevada, porque os embarques do setor agrícola só ganham volume mais tarde.
Mas, considerando-se os anos "cheios", a fatia dos industrializados encolheu nos últimos tempos, tanto pelo avanço da produção e dos preços de produtos básicos (como a soja) quanto pelas dificuldades enfrentadas pela indústria lá fora. Em 2011 e 2012, as exportações de manufaturados corresponderam a 38% do total, muito abaixo do pico alcançado em 2006 (57%).
Da mesma forma, as vendas para outros países perderam importância dentro das fábricas paranaenses. Segundo a Fiep, em 2008 quase 26% do faturamento da indústria veio das exportações; no ano passado, o índice caiu a 16,5%, o menor em pelo menos 14 anos.
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