A indústria do Paraná encerrou 2005 com queda de 1,31% no faturamento, em relação a 2004, ano em que comemorou um aumento de 7,43% nas vendas. O resultado de 2005 só não foi pior por causa do desempenho das exportações, que cresceram 7,17%, e do aumento de quase 50% do crédito pessoal direcionado ao consumo de bens duráveis. Para 2006, as projeções da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) são positivas, embaladas por fatores como eleições, copa do mundo, aumento do salário mínimo, investimentos governamentais em infra-estrutura, elevação dos gastos em programas sociais e correção da tabela do imposto de renda.
De acordo com dados da Análise Conjuntural, pesquisa realizada pelo Departamento Econômico da Fiep, dos 18 segmentos industriais analisados, 11 amargaram resultados negativos ao longo de 2005, com destaque para couro, madeira, mecânica, têxtil e plástico. No caso específico da madeira e do couro, segmentos voltados para o mercado internacional, os produtores sofreram com a valorização do real, que tirou a competitividade do produto nacional.
Os segmentos com maior expansão de vendas em 2005 foram produtos farmacêuticos e veterinários, como conseqüência da ampliação da participação de novos e diferenciados produtos fitoterápicos e sais minerais para animais; perfumaria, sabões e velas, devido ao aumento das vendas de artigos de perfumaria e papel e papelão, que agora começa a colher os frutos da produção expandida pelos investimentos dos últimos anos, explica o chefe do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt.
Dos produtos exportados pelo Paraná no ano passado, soja em grão e farelo de soja ainda lideram o ranking, mas os cortes de frangos, automóveis e motores para veículos aparecem com destaque. Os países para os quais o Paraná mais exportou foram os Estados Unidos (US$ 1,3 bilhão), Alemanha (US$ 1,09 bilhão), Argentina (US$ 730 milhões) e China (US$ 608 milhões).
Mesmo vendendo menos, a indústria paranaense elevou o número de empregados, o que vem ocorrendo desde 2003. Na indústria em geral, o número de contratações cresceu 4,18%, em 2005, sendo que somente na produção houve um aumento de 2,4% no total de novos postos de trabalho. Os salários tiveram expansão de 5,6% no ano passado, como resultado da tendência de queda da inflação e do aumento no nível de emprego.
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