
A economia brasileira cresceu 0,6% no terceiro trimestre deste ano quando comparada com o segundo trimestre, muito abaixo do esperado pelo mercado, com a pior retração dos investimentos em mais de três anos. A indústria nacional encolheu 0,9% no período e contribuiu para o mau resultado.
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Pesou ainda para o mau resultado o consumo do governo, que cresceu apenas 0,1% o pior desempenho em um ano, em consequência das restrições de gastos em período eleitoral , e o fato de o setor de serviços, até então um dos motores da atividade, ter mostrado estagnação. Mesmo a leve aceleração do consumo das famílias que cresceu 0,9% no período ante 0,7% no segundo trimestre serviu pouco para compensar os números ruins.
A expectativa de economistas era de crescimento de 1,2% na comparação trimestral e de 1,9% na anual, segundo a mediana das previsões. O fraco desempenho levou economistas a iniciarem um processo de revisão da expectativa de crescimento neste ano para, no máximo, 1%. "O governo tomou medidas de curto prazo que contemplam um outro ou outro setor, o que, no fundo, gera muitas restrições, tem muito intervencionismo. Essa é uma das razões que tem afastado o investimento", avaliou o economista Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências.
Estoques
Apesar de fraca, a expansão trimestral registrada entre julho e setembro foi a melhor desde o primeiro trimestre de 2011, quando ela foi de 0,7%. O desempenho mostrou também uma modesta melhora sobre o segundo trimestre, cujo crescimento foi revisado para 0,2%.
Segundo o IBGE, com produção menor, demanda maior e importações em queda, a economia brasileira foi atendida por estoques formados anteriormente no terceiro trimestre desse ano. Somente entre julho e setembro desse ano, os estoques caíram R$ 11 bilhões, sendo que ao longo de todo o ano passado haviam aumentado em R$ 18 bilhões. "Houve um descasamento entre oferta e demanda nesse trimestre e a demanda foi suprida com estoques formados em períodos anteriores", disse a economista Rebeca Palis, do IBGE, ao destacar o fenômeno típico de períodos de baixo aquecimento.
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