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Curitiba – Eles já foram bem mais caros do que os convencionais e tinham um sabor de torcer o nariz. Hoje, quem consome alimentos diet ou light tem menos motivos para reclamar: embora o preço ainda seja superior – entre 10% e 15%, em média – o leque de opções cresceu, e a indústria está investindo forte para garantir qualidade e semelhança com os originais. E parece que os consumidores já perceberam a preocupação com a qualidade. Segundo estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos Dietéticos para Fins Especiais e Suplementos Alimentares (Abiadsa), esse tipo de produto está presente em 35% das residências do país e, na última década, o mercado nacional cresceu 800%.

De acordo com o presidente da Abiadsa, Carlos Eduardo Gouvêa, o segmento diet e light representa 5% do total de vendas de alimentos no Brasil. Em 2004, esse mercado movimentou cerca de US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 8,2 bilhões). "A expectativa é fechar 2005 com uma receita 20% maior", diz.

A publicitária Andréa Malanski consome esses produtos há pelos menos quatro anos e substitui tudo que pode por versões menos calóricas. "Pão, refrigerante, creme de leite e queijo, principalmente, eu só compro dietético, porque não percebo nenhuma diferença de sabor", diz. "Comecei a comer quando morava com meus pais, para controlar o peso", conta. "Hoje há tantas marcas que você encontra opções inclusive com o mesmo preço do tradicional."

A gerente de produtos Nutry da Nutrimental, Ludmila Holz, afirma que as versões menos calóricas correspondem a 35% do faturamento da linha – carro-chefe da empresa paranaense. As barras de cereal são vendidas pela empresa em 18 variações, sete delas com opção light.

A gerente diz que a procura por esse tipo de alimento tem crescido cada vez mais, proporcionalmente ao consumo das barras de cereais tradicionais. "Isso porque a versão regular também é tida como saudável, senão o crescimento do diet poderia ser maior." Para 2005, a empresa espera aumentar em 20% o volume de vendas no segmento.

Dietas

Outro aspecto que influencia esse mercado, segundo o presidente da associação, é a "epidemia galopante" de obesidade no país, assim como em outras partes do mundo. "Atualmente, 41% da população com mais de 7 anos de idade está acima do peso ideal ou obesa. Em 1975, este porcentual era de 16%", alerta o presidente.

Um estudo feito a pedido da entidade pelo instituto Latin Panel, ligado ao Ibope, mostra ainda que 55% dos brasileiros repetem a refeição e 86% não lêem os rótulos nutricionais. "Esses dados são alarmantes. Os problemas de saúde referentes ao excesso de peso aumentam os custos para a saúde pública e precisam ser tratados com seriedade."

O diretor financeiro da Lowçucar, Cezar Couto, também aposta no sucesso desse mercado, porém com menos otimismo em relação ao crescimento nas vendas. A empresa, com sede em Marialva (Norte do Paraná), é especializada em produtos dietéticos e tem uma linha de 40 produtos, como adoçante, gelatina e achocolatados. "O mercado ainda está em expansão, mas por causa da crise nosso consumidor perdeu renda", diz. "A expectativa inicial era crescer 16%, mas deve ficar em 5%." Em 2004, a Lowçucar faturou, segundo Couto, R$ 15 milhões.

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