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Queda

Paraná lidera retração em relação a agosto de 2013

Da Redação

A indústria do Paraná foi a que apresentou a maior retração do país em agosto sobre o ano passado, segundo os indicadores da Produção Industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com agosto de 2013, a produção foi 10,3% menor, o pior resultado do país. Neste ano, no acumulado de janeiro a agosto, a atividade industrial paranaense teve uma retração de 5,6%, a segunda maior do país, atrás somente de São Paulo.

A tendência de encolhimento não foi revertida mesmo com a pequena melhora na passagem de julho para agosto, em que houve alta de 2,1%. Somente três dos 13 setores acompanhados pelo IBGE no Paraná apresentaram crescimento em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2013: bebidas (0,4%), madeira (1%), celulose e papel (2,1%).

Mesmo sem a influência da Copa do Mundo, que reduziu o número de horas trabalhadas em junho e julho, os outros setores não conseguiram produzir mais do que no ano passado. A maior retração foi na indústria automotiva, com queda de 30,2%. No índice acumulado do ano, é também o setor automotivo o que mais sofre, com queda de 18,9%.

Nos últimos 12 meses até agosto, o setor industrial paranaense teve uma queda de 2,3%. É mais do que a média do país, que teve retração de 1,8%.

Mercado de trabalho

A desaceleração da atividade econômica já começou a afetar o mercado de trabalho brasileiro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Indicadores apurados pela instituição mostram que as famílias percebem um ambiente menos favorável para o emprego, enquanto empresários se dizem menos propensos a contratar. Em setembro, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que mede a percepção dos consumidores sobre o mercado de trabalho, subiu 1,4% ante o mês anterior. A alta significa que a avaliação sobre as condições para conseguir emprego piorou, e a deterioração ocorreu praticamente em todas as faixas de renda.

A produção industrial cresceu em 10 dos 14 locais pesquisados em agosto ante julho, com a média nacional avançando 0,7%, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, ainda há perda de dinamismo em relação ao ano passado. Na comparação com agosto de 2013, o setor industrial no país teve queda média de 5,4% na produção.

INFOGRÁFICO: Veja a variação da produção industrial paranaense em relação ao país

Em São Paulo, maior parque fabril do país, a atividade avançou 0,8% em agosto em relação ao mês anterior. A melhora na produção de veículos foi o principal fator que permitiu o avanço da produção paulista. "Mas a alta se deu mais por uma baixa base de comparação do que por uma recuperação consistente", ponderou o técnico Rodrigo Lobo, do IBGE.

No ano, a produção industrial em São Paulo acumula queda de 5,7%, com 12 das 18 atividades no negativo, e recuo de 3,6% em 12 meses – resultados piores do que o retrato apresentado para toda a indústria brasileira. "Sempre que olhamos o acumulado no ano, a produção de veículos norteia o comportamento negativo dos estados produtores desses bens", notou Lobo.

Segundo o técnico, das nove regiões em que há fábricas do setor, sete têm queda intensa da atividade. As exceções são Santa Catarina, com mais empresas de autopeças, e Goiás, com montadoras cujos produtos são de alto padrão - nessas regiões, a redução da produção é mais tímida. O segmento de máquinas e equipamentos também é responsável pelo baixo desempenho em diversas regiões.

"Esse comportamento da indústria nacional em agosto tem mais a ver com uma recomposição de estoques e não atenua os resultados de mais longo prazo", avaliou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Regiões

O avanço mais acentuado em agosto ante julho foi registrado no Rio Grande do Sul, com alta de 4,2%. Trata-se do segundo mês de crescimento na produção no local, compensando as perdas registradas anteriormente. "Neste caso, os setores que estão impulsionando são os de bebidas, fumo e petróleo", disse Lobo.

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