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As promessas de esforço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o país volte a crescer 5% ao ano a partir de 2007 e as quedas consecutivas na taxa básica de juros não foram suficientes para gerar um forte otimismo no empresariado industrial paranaense. Pouco mudou em termos de expectativa entre 2005 e 2006, segundo os dados da nova pesquisa Sondagem Industrial, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) há 11 anos. Neste ano, indica o levantamento, 74,03% dos entrevistados acreditam que 2007 será um ano favorável – porcentual levemente acima dos 71,37% do ano passado.

A previsão para 2007 é o que o coordenador do departamento econômico da Fiep, Maurílio Schimitt, chama de "otimismo contido". Apesar de somar quase três quartos dos industriais do estado, o índice de otimismo deste ano é um dos piores da série histórica do levantamento. Além da previsão de 2005, ganha apenas das expectativas para 2000 e para 1996. "Ainda que o presidente Lula queira, não existem instrumentos para fazer o país crescer", diz o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. Para ele, o Brasil só se tornaria competitivo no mercado externo e passaria a um crescimento substancial com uma taxa de juros em torno de 9% e dólar valorizado a R$ 2,55.

"Os empresários não sabem como se organizar economicamente em 2007 de maneira que a produção cresça", afirma Schimitt. "O peso da tributação, que era de 31,7% do PIB em 1999, subiu para 37,3% em 2005", lembra o economista. A carga tributária elevada fica no topo das reclamações dos empresários: é citada por 85,2% deles como entrave para concorrência interna e por 45,1% no quesito competitividade internacional.

Apesar das reclamações em relação ao cenário macroeconômico do país, parte (40,29%) do empresariado que está otimista planeja fazer investimentos em 2007. Para Schmitt, isso pode ser explicado pela necessidade de aumento de produtividade e redução de custos na indústria, já que os fatores externos às empresas não contribuem para a competitividade. "Como não podem agir nos custos que vêm de fora, eles fazem o possível para baratear custos internos", afirma Schimitt.

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