A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) vai entregar um conjunto de propostas para a presidente Dilma Rousseff discutir com sua colega argentina Cristina Kirchner durante a Cúpula do Mercosul, que será realizada na próxima semana em Mendoza (Argentina). Dilma e Cristina devem negociar as barreiras do país vizinho impostas contra os produtos brasileiros.
Entre as propostas da Federação estão o pedido de remoção imediata das barreiras informais da Argentina contra o Brasil, retirada de licenças não automáticas aos produtos brasileiros e cumprimento das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Mercosul. O texto sugere ainda que o Brasil compre mais petróleo e trigo do país vizinho e fortaleça o Sistema de Pagamento em Moeda Local (SML), que interessa à Argentina.
Daniel Godinho, diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), afirmou que todas as sugestões são bem vindas. "Temos vivido três anos de redundante fracasso nas negociações."
O Brasil não assiste passivamente a escalada do protecionismo argentino. Segundo Francisco Natal Signor, superintendente federal da agricultura, pecuária e abastecimento do Rio Grande do Sul, o país tem adotado medidas de retaliação às barreiras argentinas, mas não de forma efusiva.
Em evento que discute alternativas para o embargo da Argentina, Signor afirmou que a inspeção de produtos argentinos a produtos brasileiros tem sido mais rigorosa. "O queijo, por exemplo, está com um trânsito mais lento, uma retaliação discreta."
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