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O próximo ano será difícil para o Banco Central. Confirmadas as projeções mensais do Boletim Focus para a inflação, em nenhum mês de 2015 o IPCA ficará abaixo de 6% no período acumulado de 12 meses - situação que não ocorria desde o primeiro ano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.

Naquele ano, em função de uma crise de confiança, o dólar disparou e houve forte impacto na inflação, que fechou o período em 9,30%. O mês de IPCA mais alto, com base nesses dados, deve ser fevereiro, com taxa de 6,77% no período acumulado de 12 meses.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, admite que o próximo ano será de custo de vida elevado e que apenas em 2016 a inflação vai convergir para o centro da meta, definido como 4,5%.

Para isso, ele conta com a colaboração do restante da equipe econômica, o ministro da Fazenda indicado, Joaquim Levy, e o ministro indicado para o Planejamento, Nelson Barbosa, que prometeram mais rigor fiscal.

"Diversos fatores apoiam esse entendimento a respeito da trajetória futura da inflação. O mais importante deles, naturalmente, são os efeitos cumulativos e defasados das ações de política monetária adotadas pelo Banco Central", afirmou Tombini durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, na terça-feira.

"Essa força preponderante tende a ser complementada por forças auxiliares, como uma política fiscal contida e iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito."Custo de vida

Os cálculos sobre o custo de vida no próximo ano, feitos com base na projeção mediana do IPCA para cada mês de 2015, confirmam em parte a visão de Tombini apresentada no Congresso e que consta também da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O pico de alta da inflação será no primeiro trimestre. A projeção do mercado para fevereiro é de que o IPCA do mês fique em 0,70% e, caso esse número se concretize, a inflação em 12 meses chegará a 6,77%.

A partir de março começa um movimento de desaceleração, com o IPCA recuando para 6,38%. Em abril e maio a taxa ficaria estável em 6,28%. Junho deve ser o piso do ano, com uma inflação acumulada de 6,18%. De junho para a frente, no entanto, a expectativa do mercado é de nova aceleração do custo de vida. Diante desse movimento, os economistas ouvidos pelo Focus projetam um IPCA em 6,5% ao fim de 2015.

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