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Tombini prevê que inflação entre em declínio no 2º trimestre | Antônio Cruz/ABr
Tombini prevê que inflação entre em declínio no 2º trimestre| Foto: Antônio Cruz/ABr

Fazenda

Governo terá de cortar despesas, afirma Levy

Agência O Globo

Os futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, se reuniram ontem com parlamentares do governo e da oposição no Congresso. Durante o encontro realizado a portas fechadas, Levy disse, segundo parlamentares, que será necessário fazer uma restrição de gastos públicos em 2015 e que o importante para o governo é fixar metas que sejam cumpridas, de fato.

Levy, conforme os parlamentares, disse que a partir de agora "as regras serão fixadas e cumpridas", numa sinalização de que o governo abandonou a contabilidade criativa. O futuro ministro não descartou aumento de impostos, mas disse que um aumento excessivo pode acabar "matando a economia".

Durante o encontro, os dois integrantes da equipe econômica admitiram que o cenário é de dificuldades e que é preciso fazer todas as medidas para cumprir a meta do superávit primário fixada para 2015 de 1,2% do PIB.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou ontem que a inflação no país atingirá seu pico no primeiro trimestre de 2015 e, no trimestre seguinte, o cenário mais provável é de que ela inicie processo de declínio.

Tombini, que participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, repetiu ainda que a inflação acumulada em 12 meses tende a permanecer elevada no próximo ano e que o BC trabalha para fazer com que ela retorne à trajetória de convergência ao centro da meta até o final de 2016.

A meta de inflação é de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos porcentuais para mais ou menos. O indicador tem permanecido acima do teto em 12 meses, como em novembro, quando atingiu 6,56%.

Tombini voltou a dizer que a autoridade monetária trabalha, "neste momento", para fazer com que a inflação retorne "o mais rápido possível à trajetória de convergência para a meta", referindo-se até o final de 2016. O BC deu início ao atual ciclo de aperto monetário em outubro passado, e já elevou a Selic ao atual patamar de 11,75% ao ano, indicando que deve continuar puxando a taxa básica de juros no curto prazo para domar a inflação.

O presidente do BC disse ainda que a inflação continua elevada por causa do câmbio e dos preços administrados. O dólar, entre setembro e novembro, acumulou alta de quase 15% sobre o real e, na sessão de ontem, aproximou-se de R$ 2,76, maior nível intradia em quase dez anos. "Estamos de novo olhando para efeitos secundários da depreciação do real e buscando contê-los", afirmou Tombini.

Ele também voltou a dizer que uma política fiscal "contida" ajuda no trabalho do BC de controle da inflação, argumentando que a meta de superávit primário de 2015 –equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) – é desafiadora, mas factível.

Swap cambial

Tombini afirmou que o BC definirá "nos próximos dias" os parâmetros do programa de swap cambial que passará a vigorar a partir de 1º de janeiro, mas adiantou que eles podem ser ajustados "para o mínimo de US$ 50 milhões e o máximo de US$ 200 milhões".

Ele também repetiu que o atual estoque de swaps, equivalente a posição vendida de pouco mais de US$ 100 bilhões, já atende "de forma significativa" a demanda por proteção e que o programa de intervenções tem atingido seus objetivos.

O presidente do BC avaliou que "estamos atravessando um período de alta volatilidade", em referência à queda do valor do petróleo e o impacto em algumas economias. Neste cenário, Tombini considerou que se o preço atual do petróleo se mantiver, o Brasil terá, como um importador desse produto, uma economia entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões em 2015.

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