A inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) dobrou de julho para agosto, por conta do aumento nos preços tanto no atacado como no varejo, informou nesta quarta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IGP-M teve alta de 0,37% em agosto, contra 0,18% em julho. A inflação acumulada de pelo IGP-M de janeiro a agosto é de 1,96%. Nos últimos 12 meses, o índice registrou uma alta de 2,43%.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decide nesta quarta-feira o futuro da taxa básica de juros do país, atualmente em 14,75%, e a inflação é o principal fator de preocupação dos integrantes do Copom.
A meta inflacionária estabelecida para o ano é de 4,5% e a projeção do mercado para o principal índice de inflação (IPCA) é de 3,68%. Isso demonstra que os preços estão controlados e a expectativa é de que a Selic seja reduzida. O tamanho desse corte, no entanto, ainda divide os analistas: muitos acreditam em redução de 0,25 ponto percentual, enquanto outros crêem que 0,50 ponto seria o ideal para o momento atual.
Uma outra fonte de preocupação dos integrantes do Copom é quanto ao crescimento do país. O mercado reduziu a estimativa para o ano, esperando agora avanço do PIB em 3,5%, pouco abaixo dos 3,53% estimados anteriormente.Componentes do IGP-M
O Índice de Preços no Atacado (IPA) registrou em agosto uma alta de 0,46%, bem acima dos 0,21% apurados em julho.
O índice relativo aos Bens Finais subiu 0,58% em agosto, variando 0,19 p.p. a mais do que em julho, quando este grupo de produtos mostrou alta de 0,39%. Excluindo-se os subgrupos alimentos "in natura" e combustíveis, o primeiro com taxa de variação passando de 2,62% para 1,08% e o segundo, de 1,45% para 2,22%, o índice de Bens Finais (ex) registrou variação de 0,20%, em agosto, ante 0,45%, em julho.
No caso da inflação no varejo, a variação foi mais brusca. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou em agosto uma inflação de 0,13%, uma reversão do comportamento de julho, quando estes preços recuaram 0,08%.
O grupo Alimentação exerceu a maior pressão sobre o índice. Sua taxa de variação avançou 1,15 ponto percentual, passando de -0,48% para 0,67%. As maiores contribuições para a aceleração partiram dos itens: frutas (3,12% para 15,11%), carnes bovinas (-1,35% para 0,95%) e bebidas não alcoólicas (0,42% para 0,30%).
Os grupos Educação, Leitura e Recreação e Transportes também apresentaram acréscimos em suas taxas, porém com impactos de pequena magnitude sobre o IPC. Habitação, Vestuário e Saúde e Cuidados Pessoais registraram desaceleração e o grupo Despesas Diversas apresentou taxa idêntica à do mês anterior.
O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) avançou 0,35%, uma desaceleração em relação à alta de 0,57% de julho.
O IGP-M foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 de julho e 20 de agosto.
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