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Preços

Inflação perde o fôlego após quatro meses de alta

Cimento é o vilão do mês, com segundo maior aumento no Plano Real

São Paulo – Depois de quatro meses consecutivos de alta, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) perdeu o fôlego este mês em razão do menor ritmo de alta dos preços no atacado. Em outubro, o indicador fechou em 1,05%, com recuo de 0,24 ponto porcentual em relação a setembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Neste ano até outubro, o índice acumula alta de 5,16% e de 6,29% em 12 meses. A perspectiva é de que o IGP-M encerre 2007 com variação de 5,5% a 6%, diz o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, que espera para novembro um índice inferior a 0,75% registrado em 2006, e para dezembro algo em torno de 0,30%. Apesar da desaceleração neste mês e se as projeções se confirmarem para o último bimestre, o IGP-M encerra 2007 cerca de dois pontos porcentuais acima do resultado obtido em 2006 (3,83%) e do resultado inicialmente previsto (4%) pelo economista.

"O IPA (Índice de Preços por Atacado) levou o IGP-M de outubro para baixo", observa Quadros. O IPA, que responde por 60% do indicador, aumentou 1,42% este mês, 0,41 ponto a menos que em setembro. Foram exatamente os preços no atacado dos alimentos que provocaram a disparada da inflação nos últimos meses. Agora eles estão fazendo o caminho de volta.

Quadros observa que a freada da inflação no atacado veio das cotações das matérias-primas brutas e dos produtos agropecuários. O preço do leite pasteurizado, por exemplo, caiu 6,91% em outubro, o arroz teve recuo de 2,47% e o açúcar caiu 6,89%.

De toda forma, os outros dois componentes do IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do indicador, e o Índice Nacional da Construção Civil, que pesa 10%, avançaram neste mês em relação a setembro. O IPC subiu 0,28% em outubro, com elevação de 0,07 ponto porcentual ante setembro.

Cimento

O preço do cimento aumentou 7,20% em outubro ante alta de 3,36% de setembro. Salomão Quadros conta que a variação do produto observada em outubro foi a segunda mais expressiva desde a implantação definitiva do Plano Real, em junho de 1994.

De acordo com ele, a variação perde apenas para a apurada em dezembro de 2002, quando o preço do cimento subiu 7,83% no IGP-M. Na ocasião, quando a forte alta do dólar levava a moeda norte-americana para níveis muito próximos de R$ 4, a maioria dos itens componentes dos IGPs sofreram impactos importantes. Agora, especialistas apontam o aquecimento do setor de Construção Civil como motivo principal.

Entre janeiro e outubro de 2007, a variação acumulada do preço do cimento atingiu 12,74%. Nos últimos 12 meses até outubro, alcançou 12,58%, o que reforça a análise de que os aumentos foram observados mais recentemente.

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