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Pesquisa - Preço do leite cai mais de 6% em setembro

Ribeirão Preto – Após dez meses de altas consecutivas, os preços do leite pagos ao produtor caíram mais de 6% em setembro, de acordo com dados divulgados ontem pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e pela Scot Consultoria. No primeiro recuo de 2007 e após uma alta superior a 60% no ano, a cotação média nacional dos sete estados pesquisados pelo Cepea passou de R$ 0,80 o litro, em agosto, para R$ 0,7495 o litro no mês passado, queda de 6,3% ou de R$ 0,05 o litro. Já a Scot apontou um recuo de 6,58% no preço ao produtor na média dos 17 estados avaliados pela consultoria, que fechou setembro em R$ 0,718 o litro.

A queda, de acordo com os analistas, é resultado apenas do aumento da oferta do produto e da queda no consumo após as altas. Ou seja, ainda não é possível apontar uma eventual queda no consumo (e nos preços) após a Operação Ouro Branco, da Polícia Federal, que apura fraudes no leite desde a semana passada. A tendência é de que o aumento das chuvas nas grandes regiões produtoras melhore os pastos e aumente oferta de leite.

Com isso, de acordo com o Cepea, 93% dos agentes de mercado apostam que o preço volte a recuar este mês. Para a Scot Consultoria, o índice dos que apostam na queda dos preços chega a 91%.

São Paulo – Depois de quatro meses consecutivos de alta, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) perdeu o fôlego este mês em razão do menor ritmo de alta dos preços no atacado. Em outubro, o indicador fechou em 1,05%, com recuo de 0,24 ponto porcentual em relação a setembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Neste ano até outubro, o índice acumula alta de 5,16% e de 6,29% em 12 meses. A perspectiva é de que o IGP-M encerre 2007 com variação de 5,5% a 6%, diz o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, que espera para novembro um índice inferior a 0,75% registrado em 2006, e para dezembro algo em torno de 0,30%. Apesar da desaceleração neste mês e se as projeções se confirmarem para o último bimestre, o IGP-M encerra 2007 cerca de dois pontos porcentuais acima do resultado obtido em 2006 (3,83%) e do resultado inicialmente previsto (4%) pelo economista.

"O IPA (Índice de Preços por Atacado) levou o IGP-M de outubro para baixo", observa Quadros. O IPA, que responde por 60% do indicador, aumentou 1,42% este mês, 0,41 ponto a menos que em setembro. Foram exatamente os preços no atacado dos alimentos que provocaram a disparada da inflação nos últimos meses. Agora eles estão fazendo o caminho de volta.

Quadros observa que a freada da inflação no atacado veio das cotações das matérias-primas brutas e dos produtos agropecuários. O preço do leite pasteurizado, por exemplo, caiu 6,91% em outubro, o arroz teve recuo de 2,47% e o açúcar caiu 6,89%.

De toda forma, os outros dois componentes do IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do indicador, e o Índice Nacional da Construção Civil, que pesa 10%, avançaram neste mês em relação a setembro. O IPC subiu 0,28% em outubro, com elevação de 0,07 ponto porcentual ante setembro.

Cimento

O preço do cimento aumentou 7,20% em outubro ante alta de 3,36% de setembro. Salomão Quadros conta que a variação do produto observada em outubro foi a segunda mais expressiva desde a implantação definitiva do Plano Real, em junho de 1994.

De acordo com ele, a variação perde apenas para a apurada em dezembro de 2002, quando o preço do cimento subiu 7,83% no IGP-M. Na ocasião, quando a forte alta do dólar levava a moeda norte-americana para níveis muito próximos de R$ 4, a maioria dos itens componentes dos IGPs sofreram impactos importantes. Agora, especialistas apontam o aquecimento do setor de Construção Civil como motivo principal.

Entre janeiro e outubro de 2007, a variação acumulada do preço do cimento atingiu 12,74%. Nos últimos 12 meses até outubro, alcançou 12,58%, o que reforça a análise de que os aumentos foram observados mais recentemente.

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