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Área de check-in do aeroporto Afonso Pena, que serve a Curitiba e região | Antônio More / Gazeta do Povo/Arquivo
Área de check-in do aeroporto Afonso Pena, que serve a Curitiba e região| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo/Arquivo

Nove aeroportos administrados pela Infraero poderão ter um sistema de check-in compartilhado pelas empresas aéreas. A intenção da Infraero é fazer uma licitação para selecionar uma empresa de tecnologia para administrar esses espaços e prestar serviço às companhias aéreas, que deixarão de ter guichês exclusivos por empresa. O projeto faz parte dos planos da estatal brasileira de reequilibrar suas contas, que estão deficitárias após a privatização de grandes aeroportos, como Guarulhos e Brasília.

O projeto em análise contempla os aeroportos de Congonhas, Santos Dumont, Curitiba, Recife, Goiânia, Cuiabá, Belém, Manaus e Maceió. De acordo com o diretor de Aeroportos da Infraero, Marçal Goulart, os estudos devem estar prontos até o fim do ano. “O compartilhamento da estrutura poderá trazer um ganho de eficiência entre 20% e 25%”, estimou.

A Infraero ainda está estudando qual o melhor formato para licitar esses espaços. A estatal ainda não definiu, por exemplo, se fará uma licitação nacional para a administração dos aeroportos ou se os dividirá em lotes, de acordo com Goulart.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) disse, em comunicado, que o tema está em debate entre os seus associados - TAM, Gol, Azul e Avianca. A entidade lembrou que o setor vem sofrendo um choque de custos nos últimos anos “devido principalmente à evolução do câmbio e à majoração dos custos relativos a tarifas aeroportuárias e aeronáuticas”. “(A Abear) não vê favoravelmente qualquer iniciativa que possa resultar em adicional aumento de custos ou que implique compulsoriamente em despesas não planejadas no momento em que as companhias buscam saídas para lidar com o preocupante cenário de retração econômica”, afirmou.

De acordo com o diretor da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) no Brasil, Carlos Ebner, a solução pode trazer aumento de custos para as companhias, já que coloca um intermediário no processo - a empresa de tecnologia vencedora da licitação, que também vai procurar lucrar com o serviço. Ebner admite, porém, que o sistema pode trazer eficiência ao uso da infraestrutura aeroportuária. “Hoje o balcão de check-in de algumas empresas fica vazio quando elas não têm voos.”

O professor de Transporte Aéreo da USP, Jorge Leal Medeiros, ressalta que o uso de um sistema de check-in compartilhado poderá exigir avanços na regulação do setor pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Se der um problema no sistema, a culpa vai ser de quem? Terá de ficar claro na lei de quem é a responsabilidade pela qualidade do serviço.”

Contas

A licitação da área de check-in é uma das ações em desenvolvimento pela Infraero para reequilibrar suas contas. A estatal perdeu cerca de 65% das receitas que tinha até 2012 após a concessão de seus principais aeroportos, como Guarulhos, Galeão e Brasília. “Algumas ações já estão avançadas e poderemos reequilibrar nossas contas já em 2016”, disse Goulart.

Além das concessões de áreas nos aeroportos, a Infraero também pediu um aporte do Tesouro de R$ 750 milhões para executar um plano de demissão voluntária, que deverá cortar cerca de 2,5 mil funcionários.

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