O comércio varejista conquistará uma economia de R$ 1,2 bilhão com a operação integrada das credenciadoras de cartões de crédito, que começou ontem. A projeção foi feita pelo presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior. Antes da mudança, os comerciantes que aceitassem mais de uma bandeira de cartão de crédito tinham de manter em seus estabelecimentos pelo menos duas maquininhas das duas principais credenciadoras (Cielo e Redecard). Com o fim da exclusividade do setor, um só aparelho pode aceitar cartões Visa e Mastercard, por exemplo.
O cálculo de Pellizzaro é baseado no aluguel pago mensalmente pelos lojistas, que varia de R$ 80 a R$ 140, de acordo com o tipo do equipamento. Ele salientou que, no caso de uma mercearia com faturamento mensal de R$ 4 mil, o valor pago para ter uma POS (Point Of Sale, a denominação técnica da maquininha) é equivalente ao gasto com energia elétrica. "Os preços não vão cair hoje à tarde por causa disso, mas vamos ter um início de concorrência", apostou.
Taxas menores
O próximo efeito dessa nova configuração de mercado, segundo Pellizzaro, é a redução da taxa de desconto. O presidente da CNDL reforçou que a expectativa de que essa tarifa, paga pelo lojista às credenciadoras, seja reduzida em até 35% nos próximos dois anos. "Até ontem, o emissor dava as cartas do jogo. Quando é rompida a exclusividade, os holofotes passam para o lojista, que vira a noiva do processo."
Essa concorrência se dará não só pela atuação das duas gigantes do mercado, mas também pela expectativa de que novos competidores entrem no setor. O Banco Santander já providencia a atuação como credenciador por meio da GetNet, por exemplo. "Para entrar no mercado, ele tem de oferecer coisa melhor do que as que já estão aí", considerou o executivo.
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