• Carregando...
Dag Kittlaus  e seu time desenvolveram a Siri, que foi adquirida pela Apple em 2010 | Andrew Burton/The Washington Post
Dag Kittlaus e seu time desenvolveram a Siri, que foi adquirida pela Apple em 2010| Foto: Andrew Burton/The Washington Post

A última segunda-feira (9) foi um dia histórico para a equipe de desenvolvedores da startup Viv. Pela primeira vez, o time apresentou ao público a assistente virtual que leva o nome da empresa e que vinha sendo desenvolvida em sigilo por mais de um ano – o que não impediu, neste meio tempo, que investidores e empresários do Vale do Silício apontassem a aplicação como uma das mais promissoras a surgir no campo da inteligência artificial nos últimos anos.

A empolgação com a startup, criada há quatro anos, é fácil de entender. A Viv foi criada pelo mesmo time que desenvolveu a assistente virtual Siri, adquirida pela Apple em 2010 e presente nos últimos iPhones. Agora, o cofundador da Siri e CEO da Viv, Dag Kittlaus, promete algo muito melhor, capaz de atender todas as necessidades de qualquer usuário – seja pedir uma pizza ou ligar as luzes de casa, sem ser preciso nem sequer tocar no celular.

Leia mais sobre novas tecnologias e inteligência artificial

Embora a Siri seja conhecida por sua habilidade em interagir com o usuário por meio da voz, há muitas coisas que ela e outras assistentes virtuais ainda não são capazes de fazer. Se o dono do iPhone pedir que a assistente compre um ingresso para um show, por exemplo, ele será direcionado para o site da empresa responsável pelas entradas. É possível solicitar pela Siri uma reserva para um restaurante próximo de casa, mas a mesa só será de fato reservada se o usuário tiver um outro aplicativo no celular, como o OpenTable.

VÍDEO: confira a Viv em ação durante um evento de tecnologia

O time da Viv quer justamente driblar essas amarras, com a ajuda de desenvolvedores independentes, que podem criar suas próprias aplicações para a inteligência artificial. “Viv é o que eles (a equipe da startup) queriam que a Siri fosse, um sistema totalmente aberto”, disse, em entrevista ao The Washington Post, Bart Swanson, conselheiro da firma de venture capital Horizons Venture e um dos investidores da startup.

Um dos pontos que têm chamado a atenção dos entusiastas da tecnologia é a promessa de que a Viv é capaz de compreender as diferentes nuances e termos utilizados pelos usuários para solicitar uma ação, se aproximando assim de uma assistente humana – uma das principais críticas feitas a outros sistemas é a dificuldade dos usuários em serem interpretados e a necessidade de recorrer a ordens e perguntas pré-definidas.

Tudo junto e misturado

Hoje, a assistente virtual já conta com cerca de 50 parceiros nos Estados Unidos. Os usuários podem pedir à Viv para chamar um carro, por meio de uma integração da inteligência artificial com o sistema do Uber. Também é possível comprar flores e pedir para que elas sejam entregues em casa, por meio da varejista online FTD. Usando uma plataforma de automação para casas conectadas chamada Ivee, é possível usar a Viv para acender ou apagar as luzes da residência. Tudo isso unicamente pela interface da assistente, utilizando comandos de voz.

E a intenção, obviamente, é expandir o leque de oportunidades. O CEO da startup está em contato com emissoras de televisão, empresas automotivas, jornais e fabricantes de refrigeradores inteligentes em uma missão para unir todos esses parceiros por meio da assistente virtual. Quanto mais empresas abraçarem a ideia, melhor: afinal, são os dados desses serviços que permitem que o cérebro de Viv pareça “inteligente”.

O CEO do serviço de delivery online GrubHub, Matt Maloney, afirmou ao The Washington Post que decidiu firmar uma parceria com a Viv há dois anos, após ter ficado impressionado com a ideia de permitir que consumidores fizessem diferentes atividades sem terem que alternar de um serviço pro outro. “Ninguém ainda tem sido capaz de dizer ‘eu quero um ingresso de cinema, uma garrafa de vinho e algumas flores’, tudo em um só suspiro”, reforçou.

Esse nível de interpretação e integração ainda não está perto de ser atingido pela Viv ou por qualquer outra assistente virtual. Mas segue como a “missão de vida” de Dag Kittlaus e seu time. “Se fosse qualquer outra empresa, eu diria que chegar a esse nível é provavelmente ambicioso demais. Mas se há alguém hoje com uma chance de conseguir isso, é a Viv”, diz Oren Etzioni, CEO do Allen Institute para a Inteligência Artificial, sediado em Seattle.

Confira abaixo um vídeo (em inglês) que mostra a Viv em ação durante um evento de tecnologia promovido pelo site TechCrunch:

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]